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Dourados Segunda-feira, 21 de Novembro de 2011, 14:51 - A | A

Segunda-feira, 21 de Novembro de 2011, 14h:51 - A | A

Assassinatos à luz do dia retratam violência frequente entre jovens pobres de Dourados

Nicanor Coelho, correspondente em Dourados - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Dez horas da manhã. O sol castigava os pedreiros de uma pequena construção na Rua Bela Vista, em Dourados. Ali perto, Jonathan Duarte Rojas, de apenas 22 anos, pedalava sua bicicleta. Inesperadamente, um motociclista disparou uma rajada de tiros contra o rapaz.

Jonathan tombou ensanguentado na porta de uma casa. Mais um homicídio de jovem com menos de vinte e cinco anos em Dourados. Mais um jovem que ao invés de entrar para a faculdade sai da “universidade do crime” para se transformar em estatística.

Conhecido por “Paraguai”, Jonathan era conhecido na área onde morava como um sujeito valentão que resolvia tudo na força bruta e na mira de um revólver.

Hoje a saga de Jonathan acabou. Três tiros de revólver furaram seu corpo que foi entregue para dona Francisca sepultar. Mais uma mãe que chora lágrimas por um filho que vivia à margem da lei.

Assim como Jonathan outros dois jovens com menos de 23 anos de idade também foram assassinados no final de semana. Em Dourados, por causa das frequentes mortes por homicídio a notícia de um assassinato chega a ser vista com naturalidade.

Marginalidade

Na bicicleta de Jonathan existia um adesivo onde uma frase chamava a atenção: “bagabundo nato”. Assim que o jovem se autoproclamava.

E ainda mais: no cadeado usado para travar a bicicleta um chaveiro despertou a curiosidade dos policiais e demais populares. Um esqueleto humano montado numa bicicleta servia de “amuleto” para guardar a chave do cadeado. Jonathan preocupava-se em ser vítima de ladrões.

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Foto: Nicanor Coelho/Capital News

Contra Jonathan havia um mandado de prisão expedido pela Justiça. Em 5 de outubro de 2008, quando tinha 19 anos, ele tocou o terror na lanchonete El Rancho. Assassinou Rodson de Souza Almeida e “meteu” chumbo em Júlio César Besen, Rogério Moreira de Alencar e Joli César Aiffener da Silva.

Quem matou Jonathan? Inimigos como pode se supor ele tinha vários. A Polícia começou as investigações enquanto uma mãe chora e tantas outras sofrem a angústia por saber que seus filhos estão embrenhados no crime, no uso de drogas ilícitas, no tráfico, longe do trabalho e da família.

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