O Policial Militar Ambiental, 37 anos, alegou legitima defesa em depoimento após matar o bioquímico, Júlio César Cerveira Filho, de 43 anos, dentro da sala de cinema de uma shopping em Dourados, na tarde da última segunda-feira (8).
Segundo o delegado Rodolfo Daltro, da 1º delegacia de polícia da cidade, o policial teria agido em legítima defesa, depois que o bioquímico começou as provocações e ainda teria dado um tapa no rosto do filho do militar. O disparo que atingiu o bioquímico teria sido acidental no momento que ele tentava tirar a arma das mãos do policial.
Conforme o boletim de ocorrência o adolescente estava sentado ao lado da vítima no cinema, quando sem nenhum motivo Júlio César começou a abrir e fechar as pernas, batendo no garoto. O policial teria trocado de lugar com o adolescente e pedido para Júlio parar com as provocações, momento em que teria dito para o acusado: “Você é um idiota, você é babaca, ridículo, cuzão”.
O PMA relatou que pediu para que a vítima parasse, assim como a mulher que acompanhava Júlio. Neste momento, a vítima teria se levantado e começou a agredir o policial com chutes e socos. Após várias pessoas se manifestarem contra a atitude da vítima ele decidiu sair do local, mas antes bateu no rosto do filho do militar.
O policial ameaçou chamar a polícia e seguiu para fora da sala, momento em que Júlio puxou o policial pela camisa. Quando o acusado se apresentou como policial e sacou a arma, a vítima tentou tirar a arma do PMA e neste momento teria sido atingido pelo disparo acidental.
“Há fortes indícios [de legítima defesa], mas decidi lavrar o flagrante até mesmo para analisar os argumentos da defesa com maior calma", comentou o delegado. A arma utilizada não possui registro e foi apreendida com 12 munições de mesmo calibre.O caso foi registrado como homicídio simples, na 1ª DP da cidade. O policial foi afastado.
Família tradicional
Julio Cesar Cerveira Filho era neto do ex-prefeito José Cerveira, que administrou a cidade de Dourados em 1982 e 1983.