Em Dourados, o Centro de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Viva Mulher) registra em média dois atendimentos diários desde 2017. Esse panorama foi divulgado nesta sexta-feira (22) pela Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para a Mulher e vinculada operacionalmente a Secretaria Municipal de Assistência Social.
O centro faz o acolhimento e acompanhamento psicossocial e jurídico as mulheres em situação de violência doméstica e familiar e neste ano, até fevereiro, 72 mulheres procuraram o local. Porém, a média é somada o ano de 2017, quando 518 mulheres foram atendidas, e 2018, ano de 935 atendimentos.
Essa média poderia ser ainda maior, pois a coordenadoria afirma que “ainda existe um número elevado de registros de ocorrências na Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM), porém, nem todas as mulheres vítimas de violência desejam receber acompanhamento psicossocial no Centro”.
De acordo com Sônia Maria Rodrigues Pimentel, coordenadora de Políticas Públicas para as Mulheres, a estrutura do Viva Mulher em Dourados tem capacidade para fazer o atendimento a muito mais vítimas que precisam ser encorajadas a buscar amparo.
“Toda mulher que sofre violência deve denunciar o agressor, solicitar apoio nos serviços sócio-assistenciais, como também, em qualquer serviço público que a vítima consiga estabelecer vínculo e procurar informações”, disse, lembrando que o Viva Mulher recebe encaminhamentos de diferentes órgãos públicos, lembrando que, a maior demanda é da DAM.
Pimentel ainda diz que acontecem para todos os tipos de violência tipificados e, em casos graves, é disponibilizado até mesmo um lugar para abrigar as mulheres e seus filhos. “A permanência pode ser de até seis meses. Destaca-se, que a mulher e seus filhos, menores de 18 anos, acolhidos em instituição recebem todo acompanhamento”, explicou.
O trabalho é mais um proposto pela Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher e luta para promover a inexistência desse tipo de crime na sociedade, conforme explica a coordenadora do Viva Mulher, Marly Maria Morgenrotti Ferreira.
“Consideramos as causas de violência doméstica como multifatoriais, ou seja, são resultantes de um conjunto de aspectos sociais, econômicos, emocionais, culturais. Sendo assim, entendemos a necessidade de políticas públicas transversais efetivas, cada setor assumindo sua responsabilidade”, disse Marli Também a necessidade de diálogo referente ao tema é fundamental, visando a desnaturalização da mesma em nossa sociedade”, disse Marly.
Para denúncias de ações de violência contra a mulher, o telefone da DAM é 3421-1177. O Disque Denúncia atende pelo telefone 180. O Centro Viva Mulher atende vítimas desta situação e o telefone é 3424-5268.