Conselhos tutelares do município de Dourados promovem nesta terça-feira (18) uma campanha de mobilização com intuito de conscientizar famílias sobre abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. A Lei 9.970, sancionada em 2000, institui o dia 18 de maio como “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças Adolescentes", data foi escolhida em memória ao caso Araceli uma criança de oito anos de idade, que foi violada e violentamente assassinada em Vitória, no Espírito Santo, em 18 de maio de 1973.
Coordenadora do Conselho Tutelar Leste, Janine Matos ressalta que devido a pandemia da Covid-19 os casos de abuso se tornaram ainda mais recorrentes. “As denúncias aumentaram em 20% no período pandêmico, as crianças têm passados mais tempo com acesso a celular, internet e muitas ainda ficam sozinhas, já que as aulas presenciais seguem suspensas e os pais precisam trabalhar”, explicou a conselheira via assessoria.
De acordo com os conselhos tutelares, denunciar casos de crianças e adolescentes em situações de risco é fundamental para o enfrentamento a violência, por isso as intuições disponibilizam um canal de atendimento especial por meio dos telefones (67) 98468-6145, (67) 98401-2625. Denúncias também podem ser feitas pelo Disque 100, e não há necessidade de se identificar.
A campanha orienta os pais e responsáveis a prestarem atenção aos sinais, segundo especialistas, muitas crianças apresentam sinais físicos, psicológicos e sociais que quando observados podem salvar uma vida.
Janine Matos destaca que ao longo de todo o mês de maio serão promovidas ações de enfrentamento à violência. “No maio laranja damos visibilidade ao tema, mas o trabalho acontece o ano todo”, finalizou a coordenadora.
Confira os sinais, divulgados pela Child Hood:
Mudanças de comportamento
O primeiro sinal é uma possível mudança no padrão de comportamento da criança, como alterações de humor entre retraimento e extroversão, agressividade repentina, vergonha excessiva, medo ou pânico. Essa alteração costuma ocorrer de maneira imediata e inesperada.
Proximidades excessivas
A violência costuma ser praticada por pessoas da família ou próximas da família na maioria dos casos. O abusador muitas vezes manipula emocionalmente a criança, que não percebe estar sendo vítima e, com isso, costuma ganhar a confiança fazendo com que ela se cale.
Comportamentos infantis repentinos
É importante observar as características de relacionamento social da criança. Se o jovem voltar a ter comportamentos infantis, os quais já abandonou anteriormente, é um indicativo de que algo esteja errado. A criança e o adolescente sempre avisam, mas na maioria das vezes não de forma verbal.
Silêncio predominante
Para manter a vítima em silêncio, o abusador costuma fazer ameaças de violência física e mental, além de chantagens. É normal também que usem presentes, dinheiro ou outro tipo de material para construir uma boa relação com a vítima. É essencial explicar à criança que nenhum adulto ou criança mais velha deve manter segredos com ela que não possam ser compartilhados com pessoas de confiança, como o pai e a mãe, por exemplo.
Mudanças de hábito súbitas
Uma criança vítima de violência, abuso ou exploração também apresenta alterações de hábito repentinas. O sono, falta de concentração, aparência descuidada, entre outros, são indicativos de que algo está errado.
Comportamentos sexuais
Crianças que apresentam um interesse por questões sexuais ou que façam brincadeiras de cunho sexual e usam palavras ou desenhos que se referem às partes íntimas podem estar indicando uma situação de abuso.
Traumatismos físicos
Os vestígios mais óbvios de violência sexual em menores de idade são questões físicas como marcas de agressão, doenças sexualmente transmissíveis e gravidez. Essas são as principais manifestações que podem ser usadas como provas à Justiça.
Enfermidades psicossomáticas
Unidas aos traumatismos físicos, enfermidades psicossomáticas também podem ser sinais de abuso. São problemas de saúde, sem aparente causa clínica, como dor de cabeça, erupções na pele, vômitos e dificuldades digestivas, que na realidade têm fundo psicológico e emocional.
Negligência
Muitas vezes, o abuso sexual vem acompanhado de outros tipos de maus tratos que a vítima sofre em casa, como a negligência. Uma criança que passa horas sem supervisão ou que não tem o apoio emocional da família estará em situação de maior vulnerabilidade.
Frequência escolar
Observar queda injustificada na frequência escolar ou baixo rendimento causado por dificuldade de concentração e aprendizagem. Outro ponto a estar atento é a pouca participação em atividades escolares e a tendência de isolamento social.