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Cotidiano Domingo, 07 de Maio de 2023, 12:06 - A | A

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Desnutrição

Deputado Geraldo Resende denunciou a morte de uma criança indígena por fome

Ele faz alerta as autoridades para que medidas cabíveis sejam tomadas

Layane Costa
Capital News

Ricardo Minella

Deputado Geraldo Resende denunciou a morte de uma criança indígena por fome

 Local aonde a indígena mora com os filhos

A morte de uma criança indígena de apenas um ano e três meses por desnutrição grave em Dourados, em um acampamento improvisado, foi denunciada na última sexta-feira (5), pelo deputado federal Geraldo Resende.  Segundo informações repassadas ao deputado, a criança morreu de fome há dois dias e foi enterrada em uma aldeia próxima.

 

Conforme informações divulgadas, representantes da Igreja Católica entraram em contato com o deputado, que ficou estarrecido com as informações imagens da criança desnutrida antes de morrer, além de outras que também podem vir a ter o mesmo destino trágico.

Ricardo Minella

Deputado Geraldo Resende denunciou a morte de uma criança indígena por fome

Indígena no local onde ela mora com os filhos

 

A mãe do bebê que faleceu na última terça-feira (2), a indígena desaldeada Márcia Aquino Duarte, contou que seu filho Yude Mendes Aquino morreu, um pouco antes da chegada da ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Conforme ela contou, fazia três dias que a criança estava vomitando com frequência, porém ela tinha esperança que o menino iria melhorar. Quando percebeu que o mesmo estava perdendo as forças, Márcia chamou o SAMU, porém já era tarde demais.

Instagran Oficial

Geraldo Resende

Deputado Federal Geraldo Resende

 

Fome

A indígena relata que recebe apenas um auxílio do Governo Federal, segundo ela no valor aproximadamente de R$ 400, sendo o suficiente para comprar apenas alguns alimentos, que não duram até o final do mês. 

 

Em alguns dias a família toma água com açúcar para aplacar a fome. O bebê Yude também era submetido a essa alimentação, junto dos seus três irmãos. As crianças sobreviventes frequentam uma unidade escolar e são beneficiadas com a merenda. 

 

Segundo Márcia, neste mês, com o auxílio do governo, não foi possível nem mesmo comprar a mesma quantidade de alimentos adquirida em meses passados, porque uma boa parte foi gasta com o funeral da criança que morreu.

 

Ações emergenciais

De acordo com o deputado, que havia alertado sobre a situação precária destes indígenas semelhante à dos Yanomamis em Roraima, já foram acionados o Ministério Público Federal e a Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos para averiguar e realizar ações emergenciais para resolver de imediato a situação precária que se encontram estes indígenas.

Ricardo Minella

Deputado Geraldo Resende denunciou a morte de uma criança indígena por fome

Em alguns dias a família toma água com açúcar para aplacar a fome

 

“Estou estarrecido e indignado com essa tragédia, uma criança indígena morrer de fome e outras passando por desnutrição grave, em uma cidade como Dourados conhecida por ser um dos celeiros do Estado. É inadmissível essa situação na qual se encontram os indígenas, inclusive alertei os Ministérios dos Povos Indígenas, da Saúde e Relações Institucionais, sobre essa gravíssima situação semelhante à vivida pelos Yanomamis em Roraima e que poderia vir a ter as mesmas consequências. Não podemos admitir isso, e exijo por parte dos órgãos responsáveis, em especial, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), para acolher e resolver de fato essa questão”, ressaltou Geraldo Resende.

 

De acordo com o procurador do Ministério Público Federal em Dourados, Marco Antonio Delfino, o local onde estão os indígenas é uma ocupação urbana irregular em uma área da Prefeitura e que já levou a situação à Secretaria de Assistência Social do município. “São 15 famílias de indígenas, das 185 nessa ocupação, em sua maioria de venezuelanos, que estão nesse local desde 2012. Por se tratar de uma ocupação irregular não há acompanhamento por agentes de saúde e por se tratar de uma área pública do município, levei a questão à Secretaria de Assistência Social do município no dia 3 abril e desde então estamos aguardando um posicionamento e resolução por parte da Prefeitura de Dourados”, disse o procurador.

 

 

 

 

 

 

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