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Cotidiano Quarta-feira, 27 de Julho de 2022, 14:37 - A | A

Quarta-feira, 27 de Julho de 2022, 14h:37 - A | A

Representatividade

Indígena fica no 2º lugar no concurso Miss Trans Travesti MS

Melissa Rodrigues, de 21 anos, moradora da aldeia Bororó, representou Dourados

Rogério Vidmantas
Capital News

Arquivo Pessoal

Miss Trans Dourados

Melissa no dia do concurso, em Campo Grande

“Um sonho de infância”, é assim que a jovem miss Melissa Rodrigues, de 21 anos, define a motivação para ser modelo e representar Dourados em competições. Este ano, mais um passo foi dado e Melissa conquistou o 2º lugar no Miss Trans MS. O evento foi realizado no dia 22 de julho, na Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), e contou com a participação de outras 19 modelos. 

 

“Fico muito feliz por representar Dourados e já de cara ter alcançado o 2º lugar. Esse é um sonho antigo que precisou ser adiado pela pandemia, o último concurso foi em 2019 e faltava um mês para completar 18, mas agora estou focada em buscar novos patrocinadores e participar de outros concursos”, conta. 

 

O concurso coroou a representante de Porto Murtinho em primeiro e em terceiro ficou a participante de Anastácio. A coordenadora de Políticas Públicas LGBTQIA+, Cláudia Rosa de Assumpção Pompéu, acompanhou a douradense. “Nossa comunidade precisa de representatividade e a Melissa traz isso, mulher trans, indígena, que cuida da sua saúde e levanta essa bandeira. Ela ter alcançado o 2º lugar é só o início, tenho certeza que ela vai muito mais longe”, ressalta. 

 

O concurso de beleza, traz ao foco Travestis e Transexuais, cujas mesmas se identifiquem como sendo do gênero feminino. O concurso busca enaltecer e fortalecer a comunidade, símbolo de resistência. 

 

Trajetória 

Assecom

Miss Trans Dourados

Melissa Rodrigues tem 21 anos e participou do concurso pela primeira vez

Melissa é indígena, nascida e crescida na aldeia Bororó. Seu primeiro contato com os desfiles foi na escola. “Foi lá que comecei a me encantar pelo meio, foram minhas primeiras experiências e desde então tenho caminhado para chegar até aqui. Aos 17 anos tive algumas oportunidades que não pude aproveitar por ser menor, mas agora, após a pandemia, consigo focar e quero ir ainda mais longe”, disse. 

 

O apoio familiar também é essencial. “Desde o início, minha família esteve presente me apoiando e me dando suporte. Me considero uma mulher de muita sorte por poder contar com esse apoio, em meio a realidade de tantas outras pessoas. Durante o concurso, olhar para a plateia e ver meus pais, isso não tem preço”, completa. 

 

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