A justiça douradense acatou o pedido do Ministério Público do Estado (MPE) e condenou mais oito pessoas denunciadas pela Operação Uragano. De acordo com o MPE, no total, 60 pessoas foram denunciadas, incluindo o então prefeito Ari Artuzi - já falecido -, vereadores, secretários municipais, servidores e empresários, sendo a ação penal originária desmembrada em outros oito processos, dada a complexidade do caso.
O MPE divulgou que esta é a terceira fase e as penas atingiram empresários ligados à denúncia de corrupção na gestão do Hospital Evangélico.
Foram condenados, segundo o MPE, Eliézer Soares Branquinho e Marco Aurélio de Camargo Areias, as penas de 19 anos, 9 meses de reclusão e 355 dias-multa; Geraldo Alves de Assis, caso Planacon, a pena de 22 anos, nove meses e 10 dias de reclusão e 435 dias-multa; Márcio José Pereira, caso Tecno Byte, seis anos de reclusão e 60 dias-multa; Gilberto de Andrade, caso Central Armas, também seis anos de reclusão e 60 dias-multa; José Antônio Soares, caso MS Construtora, 17 anos, seis meses e 20 dias de reclusão e 287 dias-multa; Paulo Roberto Saccol, caso Medianeira, 19 anos, nove meses de reclusão e 355 dias-multa; e Marcelo Minbacas Saccol, caso Medianeira, também 19 anos, nove meses de reclusão e 355 dias-multa.
As sentenças devem ser cumpridas inicialmente em regime fechado e as penas ultrapassam 127 anos de reclusão.
Atuaram no processo comandado pelo Juiz de Direito Marcus Vinícius de Oliveira Elias, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Dourados, os Promotores de Justiça Amilcar Araujo Carneiro Junior, Cláudia Loureiro Ocariz Almirão, Cristiane Amaral Cavalcante, Izonildo Gonçalves de Assunção Júnior, Luiz Gustavo Camacho Terçariol, Paulo César Zeni e Ricardo Rotunno.
O caso
A Operação Uragano foi deflagrada em Dourados entre 2009 e 2010 e teve por objetivo desmantelar organização composta por agentes políticos, funcionários públicos e empresários, com ramificação nos Poderes Executivo e Legislativo do município que se uniram de forma organizada, sistemática e reiterada para o cometimento de diversos crimes contra a Administração Pública.
O MPE encontrou crimes como de corrupção ativa, passiva e fraude à licitação, com o pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos associados ao esquema, além do favorecimento de pessoas e empresas mediante direcionamento e fraudes em licitações para aquisição de bens ou serviços, execução de obras para o Município, ou mediante oferecimento de outras formas de vantagens indevidas em benefício de interesses puramente privados.