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Cotidiano Quinta-feira, 21 de Março de 2019, 12:54 - A | A

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Explicações

Secretário chama empresas que abandonaram obras de “picaretas”

Jorge Upiran Gonçalves deu explicações aos vereadores e falou das obras inacabadas em Dourados

Renato Giansante
De Dourados para o Capital News

Thiago Morais/CMD

Secretário chama empresas que abandonaram obras de “picaretas”

Reunião pública aconteceu na noite de terça-feira na Câmara de Vereadores

O secretário municipal de Educação de Dourados, Jorge Upiran Gonçalves, esteve respondendo diversos questionamentos dos vereadores em sua pasta durante encontrou realizado na noite de terça-feira (19) e chegou a chamar de “picaretas” as empresas que venceram licitações recentes ao ser perguntado sobre obras que não foram concluídas.

 

Segundo o secretário, que assumiu o cargo no último dia 5, algumas delas (as empresas) reduzem o preço para vencer a licitação, mas depois não conseguem executar a obra. Apesar disso, o secretário destacou que as equipes técnicas da Prefeitura têm tomado todas as providências para o chamamento da segunda colocada e também a punição daquelas que abandonaram os trabalhos.

 

A pergunta dos vereadores tinha relação com os dois Centros de Educação Infantil (Ceims) com obras paralisadas, além de quadras de esportes e salas de aula que deveriam ter sido construídas na Reserva Indígena, mas que não tiveram andamento nos trabalhos.

 

Para a vereadora Daniela Hall, não foram construídas ao menos três salas de aula na escola Tengatuí Marangatu e duas quadras poliesportivas nas escolas Agustinho e Araporã. Além de não garantir o acesso dos alunos nessa estrutura, as paralizações de obras causam riscos de acidentes por que no local existem vergalhões (barra de aço utilizada na construção civil para reforçar estruturas de concreto) expostas e pontiagudos. Na escola Agustinho um aluno de 11 anos feriu o pé depois de pisar numa dessas estruturas. Na escola Araporã, o mesmo ocorreu com uma criança de seis anos.

 

Upiran destacou um grave problema que há anos prejudica o município como o abandono das construções por empresas que vencem processos de licitação.

 

O secretário também foi questionado sobre o déficit de vagas no Ceims que para o Ministério Público Estadual passam de 2 mil o número de crianças fora da escola e respondeu que a prefeitura fez um acordo recente com a justiça se comprometendo abrir pelo menos 500 novas vagas por ano até 2022, que somando às 1,5 mil existentes totalizarão 3,5 mil vagas nas creches conveniadas. “Hoje, Dourados atende cerca de 7 mil crianças na educação infantil, 1,5 mil estão nas particulares pagas pelo município”, disse.

 

Já sobre o atraso na entrega dos kits escolares, Upiran que houve um atraso na aquisição dos materiais devido a situações ocorridas durante o processo de licitação que começou em junho de 2018, mas que os mesmos devem ser entregues no começo do próximo mês.

 

Em relação a educação indígena, o secretário disse que a prefeitura tem feito um trabalho, juntamente com o Ministério Público Federal de reordenamento de salas de aula, tendo em vista, que segundo ele, enquanto há superlotação em algumas escolas como a Tengatuí Marangatu, em outras há salas vazias, como é o caso da Escola Pai Chiquito em que a Prefeitura tem feito apelo para que os pais levem os filhos para a escola.

 

O secretário também anunciou o cadastramento de pelo menos três novas escolas de ensino fundamental em Dourados e anunciou que está em processo de licitação a construção de um novo Ceim no bairro Bonanza. Segundo ele, até o mês de julho, a Prefeitura deve entregar pelo menos duas, das três obras de construção de Ceims em execução.

 

Upiran anunciou que a secretaria de educação ganhará em breve uma nova sede, já que a atual é chamada de "pombal", devido a impossibilidade de organizar os setores na atual sede. Ele também falou processo seletivo para a contratação de professores, que foi suspenso pela Justiça que cobra o número exato de vagas puras. Segundo ele houve uma recente auditoria expedida pelo poder Judiciário, que agora dará um parecer.

 

Ele também destacou sobre novas convocações, como é o caso de 36 coordenadores pedagógicos que serão chamados no próximo dia 10 e que há carência de 118 profissionais, programas antidrogas e de combate a violência nas escolas.

 

Sobre o reajuste da data base dos trabalhadores da educação que deve acontecer em maio, o secretário pontuou a intenção da prefeitura em iniciar as discussões com os profissionais.

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