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Dourados Quinta-feira, 09 de Outubro de 2014, 15:27 - A | A

Quinta-feira, 09 de Outubro de 2014, 15h:27 - A | A

Agente de saúde diz que menina violentada gritava de dor e chorava muito

Luciana Recio - Capital News

A agente de saúde indígena, Sarita Gonçalves, que socorreu a menina de nove anos, estuprada por sete homens, no último domingo (5), na Aldeia Bororó em Dourados, disse que ficou chocada com o crime.

“Foi muito chocante ver a menina judiada daquele jeito. Eu a acompanho desde criancinha, porque trabalho diretamente com os menores. Fiquei muito chocada”, afirmou.

Por volta das 6h da última segunda-feira (6), Sarita foi chamada pela mãe da menina, que pediu socorro a agente. “Ela foi à minha casa pedir socorro e aí eu fui até lá ver o que estava acontecendo. Quando eu cheguei, a menina estava no barraco deles, só com uma blusinha, chorando e sangrando muito. Ela gritava de dor e eu vi que a situação era muito grave porque ela perdia muito sangue, tinha uma hemorragia. Aí a encaminhamos para o hospital com a ajuda da Força Nacional e do Corpo de Bombeiros”.

Segundo informações do Dourados News a agente de saúde informou que a menina, mesmo desesperada, conseguiu contar o que havia acontecido e apontar Fábio de Souza Irala e Júnior Alves Duarte, como responsáveis por tirarem ela do barraco onde mora com a mãe a irmã. Os dois estão presos na Penitenciária de Segurança Máxima Harry Amorim Costa.

De acordo com Sarita, a mãe da menina sofre de problemas de alcoolismo. “É complicado, desde que eu a conheço há uns cinco anos isso acontece. E aqui é difícil não só para ela, mas para todo mundo que sofre de bebida e droga porque não tem como ajudar, não tem como dar assistência e tratamento. A gente acha que ela devia ter bebido para não ver tirar a menina”, disse ela, apesar de ressaltar que nada justifica o crime.

Por fim, a agente apontou outra situação alarmante: que os casos de estupro de crianças ou mulheres podem ser muito maiores que os 10 casos registrados este ano, por exemplo, pela Polícia Civil.

"Muitas famílias têm medo de denunciar. A gente acha que tem muito caso que não chega aqui, porque quando chega, denunciamos. Vemos poucos chegarem, mas sabemos que acontecem mais”.

A menina vítima da violência ocorrida no domingo permanece internada no HU (Hospital Universitário), onde passou por cirurgia, e passa bem. O caso continua sendo investigado pela Polícia Civil, e quatro pessoas indicadas pelos três acusados já presos estão sendo procuradas. No entanto, a polícia não descarta a participação de mais pessoas no crime.

 

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