Organizado pelo jornalista Fábio Pellegrini o livro “Vozes do Artesanato” conta histórias de artesãos de Mato Grosso do Sul, que ganham a vida com esse trabalho manual e levam o nome de suas cidades a eventos nacionais e até internacionais. “Foi feito um levantamento com artistas que pudessem expressar a arte do Estado por regiões e por tipo de artesanato produzido em cada uma delas. O livro acaba sendo uma grande vitrine para as peças únicas e exclusivas produzidas por cada um destes artesãos que participaram do trabalho”, disse Fábio.
"Vozes do Artesanato" é o terceiro livro da série, publicada pela Fundação de Cultura, nas anteriores os livros deram destaque a dança e ao teatro. Neste volume, o artesanato de Mato Grosso do Sul é representado por 38 artistas.
A obra contou com uma rede de colaboradores de todo o Estado, incluindo jornalistas, fotógrafos, pesquisadores, designers, entre outros, sendo de grande relevância para a cultura sul-mato-grossense. A tiragem inicial foi de dois mil exemplares, que foram distribuídos nas bibliotecas públicas e embaixadas brasileiras no exterior.
Entre os artesãos homenageados, está à douradense, Sonia Maria Soares, que trabalha com o capim dourado ou também conhecido como capim redondo, há mais de 20 anos, produzindo peças exclusivas e vendendo para quase todo o Brasil e países do exterior.
No livro as fotos são uma “pintura” a parte e dona Sônia conta detalhes de quando começou a fazer os trabalhos com o capim. Sônia foi entrevistada pelo Jornalista e editor chefe do Dourados News, Nicanor Coelho, que de forma poética e minucioso contou com detalhes a história de vida da artesã que se orgulha muito em realizar esse trabalho delicado e criativo.
São diversos objetos, chapéus, bolsas, chinelos, bandejas, fruteiras, bonbonnière e bijuterias de todas as formas e tamanhos, tudo feito com delicadeza, paciência e amor. Foi assim que Sônia se descreveu trabalhando com o capim.
Com a ajuda da Associação Douradense de Artesãos (Adoart), Sônia conseguiu melhores espaços no mercado e se considera hoje uma empreendedora realizada na arte que faz. Ela possui inúmeros certificados de cursos do Sebrae, que lhe possibilitaram uma qualificação e assim trabalhar com mais profissionalismo a produção do artesanato. Para se manter sempre atualizada Sônia participa constantemente de feiras pelo país afora.
Em sua história, Sônia relata que passou por um processo de depressão, fez tratamento e se viu em uma profunda escuridão, mas com o capim dourado o brilho de viver voltou, e sua realização profissional trouxe orgulho a toda a família, inclusive a seu pai Ilson, de 83 anos, que sempre lhe ajudou com a produção com as peças.
Sônia aprendeu a arte de trançar o capim com uma tia-avó durante a infância em Minas Gerais, com muita delicadeza e cuidado, a artesã prepara peças exclusivas que viajam o mundo inteiro, levando o nome da cidade de Dourados e de Mato Grosso do Sul. Ela que abriu mão de casamento e filhos, hoje é esposa do capim dourado, e cada peça concluída é como um filho que deixa a casa para ganhar o mundo, foi a forma que ela relatou a paixão que tem pelo trabalho realizado com sucesso.