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Dourados Quarta-feira, 28 de Janeiro de 2015, 18:57 - A | A

Quarta-feira, 28 de Janeiro de 2015, 18h:57 - A | A

Crianças de abrigos precisam de padrinhos

Rogério Vidmantas - Correspondente em Dourados para o Capital News

Mais de 70 crianças que moram em abrigos de Dourados estão sem os “padrinhos”, que contribuem de alguma maneira. Por causa disso, o projeto, que existe desde 2009 está encontrando dificuldades. De acordo com a coordenadora do projeto em Dourados, Vânia Serra, a adesão caiu drasticamente no ano passado. Para ela, muita gente não tem informação sobre como participar. “Outro motivo é que muitos entram no projeto como padrinho, e migram para o Adotar. Com isto muitas crianças que ainda precisam do auxílio acabam esquecidas”, destaca.

De acordo com o projeto, o padrinho ou madrinha deve ser uma pessoa que queira auxiliar e acompanhar a vida do acolhido que tem possibilidades remotas ou inexistentes de adoção. Uma das propostas do projeto é proporcionar convívio familiar para crianças e adolescentes acolhidos pelos abrigos.

“Muitos desses menores chegam ao abrigo agitados, com visões negativas sobre a instituição familiar, já que alguns sofreram maus-tratos ou foram negligenciados. Se essas crianças não saírem desse espaço, não irão visualizar uma vida diferente. Agora, se vão para uma casa em que a estrutura é diferente da que tem como modelo ou viveram, poderão perceber que é possível ter uma outra vida”, explica.

De acordo com o juiz da Vara da Infância, Zaloar Martins, fica a critério do padrinho o tempo e tipo de ajuda, que pode ser material, afetiva, profissional e educacional. “Há crianças que precisam da doação de uma consulta com o dentista, ou um psicólogo, por exemplo, e sem padrinhos não conseguimos ajuda. Às vezes, um material escolar como incentivo aos estudos faz toda a diferença e já não conseguimos nem mais esta ajuda da sociedade”, conta, observando que a Vara pretende percorrer instituições religiosas para buscar novas adesões.

Como funciona

O Projeto Padrinho existe desde 2003 em Mato Grosso do Sul e há cinco anos em Dourados. Beneficia crianças que moram nos abrigos e as que estão em situação de risco, inclusive assistidas pala Vara da Infância e Juventude de Dourados. Dos 37 ainda existentes, parte são doadores de bens e materiais, outros são prestadores de serviços, como médicos, psicólogos entre outros profissionais e afetivos, que levam as crianças para dias de lazer.

Qualquer pessoa acima de 18 anos pode se cadastrar como padrinho. Não há limite de vagas. São quatro modalidades de participação; a primeira é a de Padrinho ou Madrinha Afetivo. Neste caso o voluntário mantém uma ligação de afeto com crianças e adolescentes, compartilhando atenção e carinho, levando-os para passear, passar fins de semana na sua casa ou em outros lazeres.

O padrinho pode ainda orientá-los, cuidando da saúde, dos estudos e outras formações. O padrinho material auxilia com doações, recursos materiais, quantias em dinheiro e outros serviços que auxiliem na educação e no desenvolvimento social. A contribuição pode ser feita para os familiares ou para instituição que os acolhe.

Na modalidade “Prestação de Serviço Voluntário”, ajuda com prestação de serviço dentro da sua profissão ou talento. A prestação de serviços pode ser para a criança ou o adolescente ainda acolhido ou que já retornou ao convívio familiar. Já na modalidade “Empresarial”, o apadrinhamento é feito por empresas, que contribuem com doações financeiras ou serviços para crianças, adolescentes e familiares, como por exemplo, cursos profissionalizantes, de línguas estrangeiras, esportes, reformas residenciais ou da instituição de acolhimento.

Serviço

De acordo com Vânia, toda ajuda é bem vinda. “Costumo parafrasear o lema deste projeto, que para nós resume toda a sua função. A frase é: A capacidade de sonhar está dentro de toda a criança. O poder de realizar sonhos está dentro de você. Faça a diferença”, disse. Os interessados em participar do projeto podem entrar em contato na Vara da Infância através dos telefones: 3902 2992, 3902 1773 e 3902 1734.
 

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