Em Dourados, crianças indígenas que estão em abrigos serão retiradas das unidades e poderão ser adotadas por parentes, segundo o coordenador da Comissão de Apoio à Criança e ao Adolescente Indígena em Situação de Vulnerabilidade, Diógenes Cariaga.
No município, distante a 225 quilômetros da Capital, são 21 crianças indígenas abrigadas. Cariaga explica que as crianças que estavam em situação de vulnerabilidade têm o processo acelerador de incorporação dentro da comunidade indígena. “Estamos fazendo a mediação para que estas crianças e adolescentes sejam reintegradas no convívio de um familiar ou com parentes que queiram adotar dentro da reserva”, afirmou o coordenador.
Segundo Diógenes, a comunidade resiste à proposta do judiciário das crianças serem encaminhadas para o Cadastro Nacional de Adoção. “Ainda se teme que estas crianças percam a identidade cultural. No entanto, crianças que já estão há mais de cinco anos nos abrigos, estão mais acostumadas ao modo de vida urbana. Talvez seja um choque para elas voltarem para a aldeia. Tudo deve ser analisado”, ponderou Diógenes.
O coordenador explicou que parentes dessas crianças serão chamados para assumir esta responsabilidade e uma lista de 35 famílias foi elaborada para que as crianças sejam cuidadas e não saiam de suas aldeias. “São as famílias acolhedoras que atuarão de modo temporário até que um lar seja destinado para estas crianças dentro da aldeia”, explicou Cariaga.
Segundo informações do Dourados Agora, a questão foi levantada no fim de 2012. Órgãos de proteção ao índio defendem que as crianças devem ser adotadas por lideranças da comunidade, já a Promotora da Infância e da Juventude, Fabrícia de Lima, acredita que na ausência de famílias indígenas interessadas, as crianças devem ser encaminhadas para o Cadastro Nacional de Adoção, por famílias não-indígenas.
