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Dourados Quarta-feira, 08 de Fevereiro de 2012, 09:55 - A | A

Quarta-feira, 08 de Fevereiro de 2012, 09h:55 - A | A

Denúncias de corrupção abatem políticos de Dourados e muda o quadro da sucessão municipal

Nicanor Coelho, correspondente em Dourados - Capital News (www.capitalnews.com.br)

No momento em que o PMDB e o PT, os mais influentes partidos de Dourados discutem a escolha de candidatos à Prefeitura em apenas um dia duas notícias caíram como um balde de água fria na pretensão de lideranças destas duas siglas. Depois que Dourados foi atingida por denúncias de corrupção das Operações Owari e Uragano, durante os quase dois anos de uma administração desastrosa do ex-prefeito Ari Artuzi, a cidade continua sendo bombardeada por mais denúncias que podem “abater” uma geração de político forjada nas últimas duas décadas.

Do lado do PT, o enfraquecimento ficou latente a partir do momento que o deputado estadual e ex-prefeito Laerte Tetila e o ex-deputado federal João Grandão, atualmente comandando a delegacia do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), passaram a ser réus na ação da Máfia das Sanguessugas, conhecida também como “máfia das ambulâncias”. Grandão e Tetila são acusados de participaram da compra de ambulâncias de forma superfaturada.

A segunda “bomba” caiu sobre as cabeças dos deputados federais do PMDB, Marçal Filho e Geraldo Resende que agora passaram a ser “vidraças” por causa de envolvimento na Operação Uragano, que levou para a cadeia o prefeito, vice, vereadores, servidores públicos e empresários por causa de atos de corrupção.

Geraldo e Marçal que até então se colocavam como pré-candidatos à Prefeitura de Dourados pelo PMDB agora correm desesperados para se explicarem ante ao fato da decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou no dia primeiro de fevereiro a quebra dos sigilos bancários dos dois parlamentares douradenses.

O motivo da decisão do STF seria o indício de que os dois deputados teriam recebido “retorno” de parte dos recursos das emendas parlamentares destinadas para obras no município. Além disso, a denúncia do Ministério Público Federal aponta que Marçal Filho teria sido beneficiado com recursos da Prefeitura para bancar shows realizados pela emissora de rádio deste parlamentar.
Diante deste quadro, o prefeito Murilo Zauith (PSB) fica com o caminho praticamente livre para disputar a Prefeitura de Dourados já que tinha pela frente a possibilidade de enfrentar nas urnas Marçal ou Geraldo como candidatos do PMDB. Com relação a João Grandão e Tetila, ambos ficam enfraquecidos nas discussões sobre aliança com Murilo para continuar tendo o candidato à vice.

Grandão, mesmo tendo dado a volta por cima ao assumir a delegacia do MDA, dificilmente conseguirá realizar o seu sonho que é voltar à Câmara Federal por onde permaneceu por dois mandatos. Tetila vê arruinada a possibilidade de reeleição ao mesmo tempo em que perde espaço no diretório municipal do partido em vistas as discussões sobre as eleições municipais. Tanto Grandão quanto Tetila, afirmou que ainda não existe nada provada sobre suas participações no caso da Máfia das Ambulâncias e que são apenas réus no caso. Na opinião deles cabe o amplo direito de defesa o processo e que vão conseguir provar suas inocências.

Parlamentares afirmam estarem tranquilos com relação a quebra de sigilos bancários

Geraldo e Marçal mostraram-se tranqüilos quanto à quebra de seus sigilos bancários e negaram todas as acusações feitas pelo Ministério Público Federal. Os dois parlamentares peemedebistas afirmaram que em novembro do ano passado se anteciparam à decisão do STF e apresentaram suas movimentações bancárias de forma voluntária no Supremo. Geraldo teme que o fato seja usado como arma dos adversários na campanha eleitoral pela prefeitura. Ambos os deputados vão apresentar suas defesas e acreditam que serão inocentados, pois, segundo eles, não existem provas de atos ilícitos. Marçal disse que assumiu o mandato em julho de 2009 e como não participou dos orçamentos de 2008 e 2009 inexiste a possibilidade de ato ilegal. Com relação aos shows de sua emissora de rádio, Marçal afirmou que foi tudo realizado dentro da legalidade.
 

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