O setor de hemodiálise de Dourados é um dos maiores do Estado e referência para várias cidades da região. Preocupado em manter o funcionamento desse serviço em boas condições e melhor atender os usuários, o deputado estadual Laerte Tetila (PT) solicitou a liberação de R$ 4.827.200,00 para a construção e instalação da unidade de hemodiálise no Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).
Segundo o deputado, “o sistema estadual de atendimento aos pacientes renais crônicos tem passado por uma profunda crise”. Ainda segundo Tetila, “em grande parte, isso deve-se ao fato da Santa Casa de Campo Grande, que é referência no Estado, apesar de ter retomado os serviços de transplantes de rins, paralisados há cerca de dois anos e meio, atualmente só realizar o procedimento em pacientes que tem doador vivo, estando, dessa maneira, suspenso o transplante naqueles que não tem doador. Com uma unidade em Dourados, no HU, poderíamos desafogar os atendimentos, além de melhorar os serviços”.
Só em 2011, segundo o presidente da Renasul (Associação dos Doentes Renais Crônicos de Dourados e Região), José Feliciano Paiva, 48 órgãos coletados no Estado foram transplantados em pacientes de outros Estados, porque a Santa Casa não está realizando transplantes do órgão de pessoas com morte encefálica aptas para o transplante.
“São 48 sul-mato-grossenses que deixaram de receber os órgãos, em um Estado que já ocupou, profissionalmente, o segundo lugar, no Brasil, em transplantes de rins. E esse número, somado aos novos casos vem, com efeito, resultando na crise do sistema de atendimento. Penso que os recursos para a unidade em Dourados viriam em uma boa hora, porque o HU já é referência para mais de 38 municípios em outras especialidades”, destacou o petista.
Além da parte de transplantes, há ainda a parte de atendimento. Tetila lembra que o Hospital Evangélico de Dourados conta com três turnos de atendimento aos renais crônicos, mas que não tem conseguido resolver a demanda. “Com isso, vários pacientes de Dourados e da região estão indo para Ponta Porã, uma distância de mais 120 Km, o que causa enormes transtornos e sofrimento aos pacientes”, salienta.
As palavras do deputado são realidade, pois, um dialítico para sobreviver submete-se a três sessões de hemodiálises por semana, sendo que o seu sangue, para ser filtrado, passa pelo aparelho/máquina 12 vezes por sessão, com duração de quatro horas cada sessão.
“Após as sessões os pacientes ficam debilitados e são obrigados a submeterem-se a viagens de enormes distâncias. Para se ter uma idéia há dialíticos da região da grande Dourados percorrendo até três mil quilômetros por mês, ficando dessa maneira cada vez mais difícil a sobrevida dos pacientes”, explica José Feliciano, da Renasul.
A idéia de levar para o HU uma unidade de atendimento aos renais crônicos já vinha sendo debatida pela direção do hospital. Um projeto justificando a necessidade já havia sido, inclusive, elaborado.
“Esse é um projeto que exige um esforço maior pela Grande Dourados e pela vida. Por isso, acionamos o Governo do Estado, a Prefeitura Municipal, a Câmara Municipal de Dourados, a própria UFGD e a Assembleia Legislativa. Queremos contar, também, com o apoio das prefeituras da região, do nosso senador Delcidio do Amaral, do deputado federal Vander Loubet e dos demais parlamentares do Estado, além das entidades que trabalham nessa causa tão nobre. Temos que sensibilizar o Ministério da Saúde da urgência e necessidade desse serviço. Não podemos mais esperar”, afirmou Tetila.