O desinteresse de adolescentes e jovens em participar de programas de educação e de cursos que possibilitam a inserção no mercado de trabalho cresce a cada dia em Dourados. A avaliação é da secretária municipal de Assistência Social, Ledi Ferla, em entrevista ao site Doruados Agora. Segundo ela, o principal entrave são as drogas.
“O problema é que muitos adolescentes não se interessam em fazer atividades no contraturno”, observa Ledi Ferla. Ela e sua equipe da Secretaria de Assistência Social percorrem bairros da cidade e conhecem de perto a realidade do município. “É complicado porque a gente fica numa situação de impotência ao perceber o desinteresse dos adolescentes pelo estudo e pela realização de algum curso profissionalizante”, relata a secretária.
A Prefeitura de Dourados desenvolve o projeto Nace Mais Educação, ao propiciar momentos de acesso à informação, cultura, lazer, e o reforço escolar, em 29 unidades escolares da rede municipal. Outras 13 escolas também receberão o programa, desenvolvido no contraturno escolar. Outro projeto é o Segundo Tempo, programa desenvolvido com recursos do governo federal e contrapartida do município que também oferece atividades a estudantes no contraturno das aulas.
Já o programa Menor Aprendiz, que atende adolescentes e jovens entre 14 e 24 anos, possibilita a oportunidade de trabalho numa empresa. Para participar é necessário que o jovem esteja matriculado e frequentando a escola, caso não tenha concluído o Ensino Fundamental, e esteja inscrito em curso ou programa de aprendizagem desenvolvido por instituições de aprendizagem. Essa modalidade é uma parceria entre a empresa e a instituição que oferece curso de qualificação.
Em Dourados o Ministério do trabalho e Emprego (MTE) é responsável pela fiscalização dos jovens aprendizes. “Só é aprendiz quando o jovem permanece um período no local de trabalho e outro em capacitação. Por essa jornada, ele recebe um salário mínimo”, explica Alzenir Dias Caetano, responsável pela fiscalização no MTE. “Alguns empresários acreditam que o fato de estarem ensinando a profissão para um adolescente é considerado como aprendiz, mas isso não é, e o mesmo pode ser penalizado”, ressalta. O Senac é a instituição que oferece capacitação aos adolescentes e jovens aprendizes do comércio e o Senai aos aprendizes da indústria.
Estabelecimentos de qualquer natureza, com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte, são obrigados a contratar aprendizes entre 5% e 15% do total de funcionários e matriculá-los nos serviços nacionais de aprendizagem ou nas escolas técnicas ou, ainda, em entidades sem fins lucrativos voltadas à educação profissional. Várias empresas de Dourados participam desse programa e após o término do curso grande parte dos adolescentes, a partir de 16 anos, são contratados. (Com informações do Dourados Agora)