A ocupação da Câmara Municipal de Dourados completa nesta quinta-feira (11) uma semana de ocupação, por parte dos estudantes da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems). Segundo Tatus Park, um dos manifestantes, o grupo, que cobra melhorias no transporte público, vai permanecer no prédio do legislativo o tempo que for preciso, até que haja uma proposta coerente por parte do poder público.
Eles estão no local desde a audiência pública ocorrida no dia quatro. Ao site de notícias local, Dourados Agora, Tatus contou que neste período, os acadêmicos tiveram que se adaptar à rotina diferenciada da “nova casa”. “Vamos para as aulas na universidade normalmente e depois retornamos para a Câmara, que por enquanto é nossa segunda casa. Aqui a gente se reúne, debate assuntos de interesse geral e promove desde grupos de estudo até eventos culturais”, disse.
Quadros afixados nas paredes do local apontam quais são as tarefas a serem realizadas ao longo dos dias, e por quem. “Somos pacíficos e tranquilos, mas aqui é tudo organizado. Realizamos duas assembleias por dia, uma no início da manhã e outra no final do noite, em que tratamos assuntos referentes à nossa luta. Todo serviço de limpeza e manutenção do local está por nossa conta”, ressaltou.
No plenário, os alunos utilizam as bancadas como mesas para estudo, onde colocam livros e computadores. Alguns móveis foram deslocados para darem espaço aos cobertores e colchões. As cadeiras em que o público normalmente acompanha a sessão foram arrastadas para a armação de barracas; sem falar das paredes que estão repletas de cartazes pelo qual manifestantes de diversas categorias fazem suas reclamações.
“De fato o prédio está diferente, com um clima mais popular. Desde a ocupação temos recebido visitas de famílias e estudantes que estão aproveitando a oportunidade para conhecer as instalações e também nossa luta. Outros grupos têm se juntado a nós para fazer suas reivindicações e acredito que estamos no caminho certo. Estamos mostrando a nossa força”, afirmou Tatus.
Exigências
Todos os estudantes que estão acampados no prédio do legislativo fazem parte do Movimento Popular pelo Passe Livre (MPPL). Há muito tempo eles cobram melhorias no serviço de transporte público oferecido pela empresa Medianeira. As exigências são: redução na tarifa que hoje é de R$ 2,50, passe livre estudantil e municipalização do setor.
“Os dois primeiros itens podem ser resolvidos em curto período de tempo, acredito que a prefeitura tenha capacidade para isso. O terceiro envolve uma burocracia maior, entretanto, seria um divisor de águas na questão do transporte. E é por isso que estamos lutando”.
Atualmente os vereadores estão em recesso, entretanto, na última segunda-feira o presidente da casa, Idenor Machado, convocou coletiva de imprensa pedindo apoio ao administrativo, alegando que ele e os colegas de trabalho estão se sentindo reféns da situação. Em nota o prefeito Murilo Zauith disse que está aberto para negociar com uma comissão de representantes da classe acadêmica em seu gabinete, e que aguarda o Movimento.
“Não recebemos nenhum comunicado oficial por parte da prefeitura e por isso vamos continuar assim. Quando formos notificados, vamos nos reunir e decidir como agir. O prefeito disse que compareceria à audiência do dia 4, mas não apareceu. Nossos ideais são justos e acredito que toda comunidade pode ser beneficiada. Mas enquanto não houver uma contrapartida por parte das autoridades, não deixaremos a casa”.