O ex-prefeito de Dourados Ari Valdeci Artuzi aparece em um vídeo fazendo revelações a respeito da Operação Uragano, a qual resultou em sua prisão no ano de 2010. A publicação está no Youtube desde quarta-feira (4), sob autoria fictícia de Ari Valdeci Uragano” e intitulada: Ari Atuzi – É só o começo da Guerra.
Nas imagens feitas antes da morte, Artuzi, vítima de um câncer, fala sobre seu estado de saúde, nega as acusações de desvio de dinheiro e ainda diz ter sido alvo de um esquema elaborado pelo seu ex-secretário de Governo, Eleandro Passaia, delator do processo. Ao que parece, mais vídeos serão postados.
Artuzi morreu em Dourados no dia 23 de agosto, após complicações por causa de um câncer colorretal descoberto em 2011. Na gravação, ele conta que estava sem dinheiro e por isso fazia seu tratamento na rede pública de saúde.
Uragano
Nesta quinta-feira (5), foi noticiado pelo Dourados Agora e pelo jornal O Progresso que o Juiz da 6ª Vara Cível de Dourados, José Domingues Filho, multou o Ministério Público Estadual (MPE) em R$ 360 mil e determinou que este valor seja destinado em benefício dos réus da Uragano.
A penalidade corresponde a 1% do valor da causa, que é de R$ 36 milhões. O Juiz alega que a multa ocorreu porque o Ministério Público Estadual recorreu da decisão anterior do magistrado que invalidou as provas apresentadas por Passaia. Domingues entendeu que a iniciativa das Promotorias de Justiça foi uma tentativa de “manobra” para retardar o processo.
Sem bloqueio total
Segundo o promotor titular da 1ª Vara do Juizado Cível e Criminal da Comarca de Dourados, Amilcar Araújo Carneiro Junior, o desbloqueio dos bens dos réus da Operação Uragano, concedido no dia 23 de agosto pela Justiça, não foi total. Portanto, os réus não tiveram 100% de acesso aos bens.
“Os bens foram bloqueados nas ações civil e criminal, e a Justiça concedeu a liberação na civil, onde corre o processo por crime de improbidade. Logo, não houve 100% de acesso até porque os bens seguem bloqueados na ação criminal, onde corre o processo por vários crimes como peculato, corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, entre outros. Este processo criminal, inclusive, está na fase final de instrução”, disse ao site Dourados News. No entanto, esta ação criminal, dependendo de julgamento, pode cair e acabar liberando completamente os bens dos réus. “Não sabemos o que vai acontecer.”
O promotor também comentou a decisão mais recente da Justiça envolvendo o caso, que determinou o pagamento de multa por parte do Ministério Público Estadual – por meio de recursos do governo do Estado – aos réus da Uragano, sob alegação de improcedência das provas apresentadas pelo ex-secretário de governo, Eleandro Passaia.
Sobre o pagamento da multa, Junior ressaltou que não é imediato até porque o MPE tem direito a recorrer até o dia 4 de outubro, o que será feito. No entanto, o promotor criticou a contradição da determinação judicial.