O clima estava ameno. Milhares de católicos esparramados pelo gramado do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, serenamente ouviam o sermão do bispo diocesano de Dourados Dom Redovino Rizzardo.
Um desses católicos que alimentavam sua alma com os ensinamentos do prelado era o empresário Mariano Cândido de Arruda que conhece muito bem de religião e de política. Mariano que trocou os postos de combustíveis pela hotelaria exerceu quatro mandatos de vereador e não quer mais saber de contendas políticas.
Acostado no gramado, Mariano ouvia Redovino e via lado a lado sentados e calados no altar-mor o prefeito reeleito Murilo Zauith (PSB) e o vereador também reeleito Elias Ishy (PT).
Ishy que durante toda a campanha eleitoral mesmo sendo da mesma coligação de Murilo manteve-se equidistante não aceitando sequer o “Kit Tabajara” e muito menos quis aparecer nos programas eleitorais de rádio e televisão, permaneceu todo o tempo que durou a celebração em homenagem à Padroeira do Brasil, taciturno com os pulsos cerrado e uma carranca de dar medo. Ao seu lado o prefeito Murilo estático chegou, estático permaneceu obviamente com muita agitação cerebral.
Este foi o principal condão da celebração à padroeira tupiniquim: unir os dois extremos de uma união política firmada apenas por interesses circunstanciais. Talvez este encontro “casual” da manhã deste domingo, reflita peremptoriamente, o futuro político de Dourados onde Ishy será o tempero de uma disputa ideológica que renderá fartos frutos em 2016 quando a conta será outra e a banda, necessariamente, será tocada por outros músicos e, até mesmo, comandada por outra batuta.
Afora isso, a festa de Nossa Senhora foi mais que bela. Os milhares de romeiros que foram até o Distrito de Vila São Pedro pareciam extasiadamente felizes. O trânsito super controlado pela Polícia Rodoviária Federal e os moradores da Vila contentes com as vendas de bugigangas, artesanatos e comidas de última hora.