O deputado federal Marçal Filho (PMDB) anunciou ontem que a partir de agora vai liderar um novo grupo político em Dourados, que é justamente aquele que saiu das urnas e que deixou claro o nascimento de uma nova força política na segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul. “Os 34.132 votos conquistados pela Keliana Fernandes (PSC), somados aos 3.806 votos recebidos pelo médico Delane Borges (PSDC), os 1.659 do radialista José Roberto (PSOL), os 8.285 votos anulados pelos eleitores nas urnas e os 4.476 votos em branco, sem contar com as 25.493 pessoas que nem apareceram para votar, com o índice de abstenções chegando a 17,75%, fica claro que muita gente não está satisfeita com o atual modelo de gestão”, analisa Marçal. “Os 34.132 votos na Keliana foi, também, uma vitória pessoal minha, já que fui o único parlamentar com mandato a apoiar esse projeto”, ressalta.
De acordo com o deputado, ainda que a coligação vitoriosa nas urnas tenha conquistado 62,43% dos votos válidos, a votação real que ficou em 65.794 não representa nem a metade dos 143.645 eleitores cadastrados pelo Cartório Eleitoral. “Esses números deixam claro que Dourados precisa de uma oposição propositiva e fiscalizadora e é justamente esse grupo que eu pretendo liderar a partir de agora”, argumenta. “Não estou dizendo que faremos uma oposição visceral, pelo contrário, amo essa cidade e continuarei trabalhando na Câmara dos Deputados para garantir as emendas que financiam obras públicas importantes, mas continuo pensando que Dourados pode muito mais”, conclui.
Na opinião do deputado, a votação conquistada pela segunda colocada legitima essa oposição. “Foram colocados dois nomes, de forma que quem votou pelo continuísmo revelou satisfação com o atual modelo e quem votou na Keliana deixou claro que não concorda com o governo que aí está, portanto nada mais justo que essas forças que perderam nas urnas se unam agora em torno de um projeto novo para Dourados”, enfatiza. “É importante ressaltar que a Keliana, o Delane e o Zé Roberto lutaram contra duas máquinas administrativas, a municipal e a estadual, contra os interesses do governador, de três senadores e de sete deputados federais e, mesmo assim, receberam uma votação expressiva”, ressalta.
Para Marçal Filho, esse grupo tem que seguir unido até 2014 e 2016. “Nessas eleições, o PMDB de Dourados encolheu e preferiu ser coadjuvante quando tinha tudo para ser o ator principal, tanto que o partido elegeu apenas uma vereadora, a Délia Razuk, que, aliás, tem luz própria e nem precisaria do PMDB para se eleger”, analisa. “Tiraram a possibilidade que nós tínhamos de disputar a prefeitura e perderam a grande oportunidade de chegar ao poder pelo voto, mas eu ainda alimento o sonho de governar a cidade onde nasci e nenhum acordo político costurado em Campo Grande vai impedir minha candidatura num futuro próximo”, finaliza Marçal Filho.