Dois ex-vereadores e seis servidores envolvidos na “Operação Câmara Secreta” podem ser condenados pelos crimes de peculato, falsidade ideológica, uso de documento falso e formação de quadrilha. Conforme publicou o jornal O Progresso de Dourados, o Ministério Público Estadual (MPE) pediu a condenação dos réus.
A operação foi deflagrada em abril de 2011 pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) com apoio da Polícia Militar em Dourados, Campo Grande e Vicentina.
Na época, foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão. A última ação do MPE pede a condenação dos ex-vereadores Sidlei Alves e Humberto Teixeira Júnior. Outros seis servidores que são réus no processo também podem ser condenados de 15 a 65 anos de prisão.
Para a conclusão da Justiça, falta a conclusão final da defesa dos acusados. De acordo com o Jornal, a Promotoria de Dourados teria usados provas documentais e testemunhais para solicitar a condenação dos réus.
Operação
Todos os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Dourados, pela prática de crimes de falsificação de documento público e uso de documento público falsificado, peculato e formação de quadrilha.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas residências dos quatro que foram detidos em Dourados, além de uma propriedade rural em Vicentina, em escritórios de contabilidade de Dourados, empresa de sistemas e uma micro empresa de Campo Grande e na Câmara Municipal de Dourados.
Conforme a denúncia do MPE, pessoas eram nomeadas pelo vereador Sidlei Alves, então presidente da Câmara, como servidores públicos no legislativo douradense. O objetivo era que elas realizassem contratos de empréstimo consignado, cujo dinheiro iria para a organização criminosa, supostamente chefiada por Humberto Teixeira Júnior, segundo a denúncia entregue à Justiça.
Apesar do esquema ser supostamente antigo, o Gaeco teria reunido provas entre janeiro de 2009 e setembro de 2010, com o apoio de servidores que denunciaram o esquema. Neste período, ao menos seis empréstimos ilegais foram comprovados, com prejuízo à Câmara de Vereadores de aproximadamente R$ 160 mil a princípio.