Dezenas de moradores e representantes da APM (Associação de Pais e Mestres) do Jardim dos Estados se reuniram hoje (12) pela manhã em frente a Escola Municipal Frei Eucário, em um protesto pelas condições estruturais da unidade de ensino. Fundada há mais de 30 anos e há pelo menos 15 sem reforma, a escola encontra-se condenada pelo Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, conforme a APM.
“Desde o ano passado, quando fizeram uma vistoria, a escola está condenada. A situação está insustentável, o teto está literalmente prestes a cair na cabeça das crianças. Hoje mesmo vamos ao MPF [Ministério Público Federal] para fazer uma denúncia. Estão tirando o direito dos nossos filhos de ter uma escola de qualidade, e não aguentamos mais prazos que não se cumprem, até porque algo tem que ser feito o mais rápido possível”, disse a presidente da APM, Sirlene Ribeiro Lopes.
A escola atende hoje a mais de 400 alunos do pré ao 5º ano. Entre eles está o filho de cinco anos da funcionária pública Ana Paula Carvalho, 31. “A gente deixa o nosso filho aqui e passa o dia torcendo para que nada grave aconteça. Ficamos sabendo de pedaço de concreto que cai do teto, o que é um descaso, um perigo, uma falta de respeito”, disse Ana Paula.
Pai de duas crianças que estudam na Frei Eucário, o pedreiro Máximo de Alencar, 30, também se diz com medo das condições do prédio. “Temos medo, mas o que podemos fazer? As crianças precisam estudar, mas não sob risco como está agora. Meus filhos tem direito a escola de qualidade, e não é isso que está acontecendo”, apontou Alencar.
Para a doméstica Rosemeire Germano, 42, a demora de anos para uma solução efetiva não tem desculpa. “Parece que querem que alguma criança morra com um pedaço de concreto na cabeça para tomar providências. Querem que o teto desabe sobre a cabeça de todo mundo para acreditar na situação. E é bom destacar que aqui não serve reforma como eles querem fazer, tem que reconstruir tudo”, acusou Rosemeire.
Segundo prefeitura, projeto já está em andamento
Presente no protesto, o representante do núcleo de arquitetura da Semed (Secretaria Municipal de Educação), Ataufo Stein, deu aos pais uma justificativa das providências que têm sido tomadas pela administração municipal para resolver o problema.
Conforme apurou o Dourados News, Stein disse que a construção de uma nova escola vai sair, mas o processo é demorado.
“O projeto para a construção de uma nova escola já foi aprovado junto ao MEC [Ministério da Educação], mas teve de passar por algumas adequações porque a nova construção será feita junto do funcionamento normal das aulas, já que não temos para onde transferir as crianças, então não podemos demolir nada. Os recursos já estão garantidos e até o fim do ano devemos licitar para iniciar as obras”.
Ainda conforme Stein, no primeiro momento, serão feitas melhorias com um recurso de R$ 9.700 – iniciativa contestada pelos pais – apenas como medida emergencial já que entre o processo de licitação, e o período de obras, deve haver um intervalo de, no mínimo, dois anos.
“É um procedimento burocrático, como qualquer providência que corre dentro da máquina pública. Não estamos aqui para falar que amanhã já vai ter uma nova escola, o que podemos garantir é que tudo está caminhando e a escola nova vai sair”.