Já passou de um ano que o ex-prefeito Ari Artuzi deixou a Prefeitura de Dourados por causa dos escândalos de corrupção denunciados na Operação Uragano e a cidade ainda não conseguiu apagar os estragos deixados pela má gestão da administração pública. Uma prova da falta de planejamento e mau uso do dinheiro público é o “Pólo de Confecção” idealizado por Artuzi e que atenderia os empresários do setor em três locais diferentes. Nos bairros Campo Dourado, Quarto Plano e no Izidro Pedroso.
No Campo Dourado, o ex-prefeito cedeu a apenas uma empresa o prédio da Associação de Moradores, que no ano passado foi devolvida a entidade pela Prefeitura. No Quarto Plano, onde funciona o Pólo Industrial de Confecções Margarida Rocha Ojeda, inaugurado em fevereiro de 2010 a situação de abandono é visível. Dos oito boxes, pelo menos quatro estão fechados já que as microempresas preferiram deixar o local.
Já no bairro Izidro Pedroso, onde o ex-prefeito pretendia criar o terceiro pólo, as estruturas pré-fabricadas estão abandonadas no meio do matagal. Depois da queda de Artuzi, as empresas deixaram de se interessar pelo local. Pelo projeto a Prefeitura doaria o terreno com a estrutura de concreto, enquanto as empresas ficariam responsáveis em terminar o barracão.
Além destes pólos, Ari Artuzi tinha como seu projeto mais ambicioso para o setor de confecção, a implantação do CEPROVEST (Centro de Produção do Vestuário e Têxtil) de Dourados numa área próxima ao Distrito Industrial com o apoio do Governo do Estado e da Federação das Indústrias. Os escândalos afastaram os apoiadores e tudo não passou de sonho.
A Secretaria Municipal de Indústria e Comércio, na atual administração está retomando aos poucos o projeto do Pólo de Confecção do Quarto Plano com a realização de oficinas e qualificação dos cinco micros empresários cadastrados. O presidente do SINVESUL (Sindicato das Indústrias de Vestuário da Região Sul) Gilson Kleber Lomba, afirmou que o projeto do pólo de confecção precisar ser rediscutido.
“Esperamos que a Prefeitura de Dourados reveja o projeto da era Artuzi e discuta com os empresários do setor a criação de uma política pública efetiva para apoiar aqueles que pretendem produzir”, disse Lomba, ao lembrar que não é apenas em Dourados que “pólos de confecções” tiveram problemas. Ele cita as cidades de Nova Andradina, Juti e Itaporã onde os prefeitos lançaram projetos similares com pouco planejamento e que também deram em nada.
O secretário Municipal de Governo, José Jorge Filho, o “Zito”, afirmou que o prefeito Murilo Zauith (PSB) tem um carinho especial pelo setor de confecções por sua importância na geração de emprego e renda e por representar um segmento que aquece a economia. O prefeito, segundo o secretário, vai discutir com os empresários políticas para alavancar o setor.