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Dourados Quinta-feira, 30 de Outubro de 2014, 15:46 - A | A

Quinta-feira, 30 de Outubro de 2014, 15h:46 - A | A

Prefeitura fica omissa e 600 crianças ficam fora da escola em Dourados

Luciana Recio - Capital News (www.capitalnews.com.br)

O Ministério Público Federal (MPF/MS) ajuizou ação contra a Prefeitura de Dourados e o atual prefeito Murilo Zauith (PSB) por improbidade administrativa. A acusação é por conta da omissão do administrador na gestão da educação escolar indígena, que deixou mais de 600 crianças fora das salas de aula nas aldeias do município.

Documentos encaminhados pela prefeitura reconhecem que os alunos que conseguem se matricular são obrigados a estudar em salas superlotadas e improvisadas. A falta de vagas também é um problema.

Segundo a Secretaria de Educação, “o problema se arrasta desde muito tempo”. Em 2012, o Município chegou a apresentar projeto de construção de 5 salas de aula na escola indígena Tengatui Marangatu. A proposta jamais saiu do papel e jovens continuam sem acesso ao ensino.

Além da falta de vagas, os estudantes que conseguem se matricular nas escolas municipais precisam ainda conviver com a precária infraestrutura. Imagens encaminhadas pelos professores retratam o abandono das escolas, com salas improvisadas, superlotadas e até alagadas em dias de chuva.

Para o MPF, a não adoção de medidas para solucionar a situação escolar indígena demonstra a omissão do prefeito municipal, “que, pelo menos desde 2012, possui ciência inequívoca da situação calamitosa e do elevado quantitativo de crianças em idade escolar fora das salas de aula em razão da superlotação, mas não faz nada”.

Nos autos, o Ministério Público Federal pede, liminarmente, a construção imediata das 5 salas previstas para a E.M. Tengatui Marangatu e a restauração da E.M. Francisco Ibiapina “que se encontra em ruínas enquanto as crianças permanecem fora das salas de aula por ausência de vagas”.

O MPF quer ainda a implementação de planos de investimentos para a educação escolar indígena, com proposta de construção de novas escolas, e a condenação de Murilo Zauith por improbidade administrativa.

O prefeito, se condenado, pode ser obrigado a pagar multa civil no valor de 50 vezes o montante de sua remuneração, além da proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios pelo prazo de 10 anos.
 

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