A professora de Geografia, Glacie Loureiro da Silva, protocolou na manhã desta quarta-feira (16), uma denúncia contra a Enersul (Empresa Energética de Mato Grosso do Sul) por causa do corte de uma árvore plantada por ela na calçada de sua casa, localizada no bairro BNH Terceiro Plano, em Dourados.
Conforme a professora, um funcionário da Enersul chegou à frente da sua casa por volta das 7h da manhã de ontem para consertar um cabo de energia elétrica rompido durante a noite por causas das chuvas.
A indignação da professora se deu pelo fato de o corte ser de uma árvore da espécie cocum, plantada por ela devido à importância histórica e medicinal do arbusto que até já foi tema de filme americano.
Glacie Loureiro afirmou que o funcionário da Enersul, quando estava consertando o fio disse ao companheiro de trabalho que havia “estragado” o cocum pelo fato da planta ser, segundo ele, “uma árvore de bugre”, numa referência aos índios Guarani/Kaiowá, que habitam a região de Dourados.
A professora disse ter ficado indignada não apenas com o corte da árvore, mas pelo motivo usado pelo funcionário da Enersul para “acabar com o cocum”. Glacie, momentos depois da destruição da árvore, telefonou para o 0800 da Enersul e registrou a reclamação através do protocolo número 5197951.
Glacie Loureiro afirmou que vai até o Imam (Instituto de Meio Ambiente de Dourados) fazer uma reclamação formal contra a Enersul e está pensando em entrar com uma indenização por danos materiais e morais por causa da destruição do cocum.
O cocum é uma árvore de origem indiana e tem várias propriedades medicinais e curativas. Com o nome científico de Garcinia Indica, a árvore, segundo a crença popular tem a propriedade de garantir a longevidade das pessoas.
A reportagem do Capital News entrou em contato com a assessoria de comunicação social da Enersul. Conforme o setor, após o telefonema, técnicos foram pessoalmente ao local e verificaram que houve poda de dois galhos grandes de uma árvore, mas nega destruição.
Ainda segundo a assessoria, a poda foi por medida de segurança para operacionalizar o sistema, pois, “em primeiro lugar está a eficiência, visando a satisfação e conforto do cliente”.
Quanto à falta de respeito que teria sentido a professora, que afirma ter ouvido o técnico comentar com o colega que a árvore seria cortada porque era de bugre, a assessoria relata que a orientação que a empresa aplica e exige é a efetividade no tratamento “o mais cortês”. Mas, a assessoria informa que não ouviu o servidor.(Com colaboração de Marcelo Eduardo)
Árvore da espécie Cocum tem propriedades medicinais e curativas
Foto: Nicanor Coelho/Capital News