A ONG Survival Internacional, com sede na Inglaterra, está repercutindo a queimada que matou um andarilho na rodovia BR-463, e desabrigou vários indígenas, que moravam em barracos de lona às margens da rodovia, na quinta-feira (22). A destruição consumiu uma área de mil hectares. Um porta-voz Guarani que visitou o local disse à ONG que a situação foi alarmante. “Nossos parentes foram forçados a correr de suas casas. As crianças estavam chorando… Nós estamos chocados”, disse o porta-voz.
Os Guarani têm pouco material para reconstruir seus abrigos. Suas crianças sofrem de desnutrição, e estes últimos acontecimentos aumentaram sua vulnerabilidade.
Conforme relatou a ONG, os indígenas foram forçados a deixar sua terra ancestral quando esta foi ocupada por fazendeiros há quase 15 anos. Os membros da comunidade têm vivido de forma intermitente na beira da estrada principal nos últimos dez anos, enfrentando o risco constante de acidentes fatais na estrada, já que carros e caminhões passam em alta velocidade.
A Survival está instando o governo brasileiro para cumprir o seu dever constitucional de demarcar todas as terras Guarani e devolvê-las para o uso exclusivo dos indígenas. O diretor da instituição filantrópica Stephen Corry disse hoje (27) acerca das condições em que os povos indígenas vivem no País. “‘Os povos indígenas do Brasil são constantemente sacrificados em nome da ganância, suas vidas perdidas na busca do crescimento econômico a qualquer custo humano. Os Guarani têm o direito de voltar às suas terras, mas em vez disso, são forçados a sofrer uma vida de imundície na beira da estrada.”
O jornal O Progresso, de Dourados, está arrecadanto roupas, cobertores, alimentos e até lonas para os índios prejudicados com o incidente. Quem quiser contrituir deve enviar os produtos até a sede do jornal.