Segundo estudo realizado pela Universidade Federal da Bahia, homens brasileiros têm 3,7 vezes mais chances de se matar do que as mulheres. Conforme a Organização Mundial da Saúde, no Brasil entre 2011 e 2016, 62.804 pessoas tiraram a própria vida, 79% delas homens e 21% mulheres. De 13 casos de suicídio registrados em Dourados entre janeiro e agosto deste ano, 10 foram cometidos por homens. O elevado índice repete os registros durante o mesmo período em 2018, onde das 15 ocorrências comunicadas à polícia, 13 tinham como vítimas pessoas do sexo masculino.
A psicanalista Vanessa Figueiredo explica que isso ocorre devido à indisposição do sujeito homem em buscar apoio emocional. A concepção cultural de machismo, sugerindo que o homem não deva sofrer, torna a distância entre as vítimas de depressão e outras doenças psicológicas cada vez maior das clínicas de terapia. De acordo com o site, Dourados News divulga neste mês uma série de reportagens alusivas ao Setembro Amarelo, campanha de combate ao suicídio.
Conforme a Delegacia Regional de Polícia Civil em Dourados, de janeiro a agosto de 2019 foram registradas 13 mortes autoprovocadas. Dessas, a maioria aconteceu entre a faixa etária dos 35 aos 64 anos (8). Até 17 anos uma morte foi lavrada; de 18 a 24 dois casos e de 25 a 34 outras duas ocorrências. A maioria dos incidentes ocorreu em residências (5 mortes), seguida de ocorrências na reserva indígena (4), em vias urbanas (3) e no Distrito Policial (1).
Os dados em 2018 mostram redução de dois casos durante o mesmo período. No entanto, o índice de suicídio indígena permaneceu o mesmo. Em residências foram 9 mortes, um registro em escola pública e outra morte em presídio.
Naquele período, as ocorrências se concentraram na faixa etária dos 35 a 64 anos (7), seguida de 4 óbitos entre jovens de 18 a 24 anos, duas mortes com vítimas entre 25 e 29 anos e um suicídio entre as idades de 17 a 23 e 30 e 34. Ao longo dos últimos cinco anos, ocorreram 91 casos de suicídio na maior cidade do interior do Estado.