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Conversa atacando nordestinos está sendo investigada pela polícia
Os ânimos acirrados pela disputa entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições que terminam dia 30 de outubro tem desencadeado uma onda de ataques a nordestinos. Em Dourados, conversa em um grupo formado por moradores de um condomínio de luxo em um aplicativo de mensagens virou caso de polícia e pode configurar crime de xenofobia. A denúncia foi formalizada no último domingo (23) e é apurada pela Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário de Dourados).
Na conversa, se referindo aos nordestinos, um dos moradores e integrantes do grupo, disse que “nordestino só sabe vender rede e dormir a tarde inteira” e “quem não gosta de branco é o negro”. No site Clique MS, que apontou o caso, o delegado Lupersio Degerone Lucio, titular do Departamento de Polícia do Interior, disse que o caso é mais um reflexo do primeiro turno das eleições, que desencadeou uma onda de discriminação contra pessoas nascidasa na região Nordeste.
“A xenofobia é um crime pautado no discurso do ódio e na violência aos direitos humanos. O agressor geralmente pratica a ofensa porque se sente superior a determinados moradores de outras regiões”, comenta o delegado.
Mas esse não foi o único caso registrado na segunda maios cidade do Estado. No início de outubro, logo após o primeiro turno das eleições, quando o candidato Lula teve larga votação na região Nordeste do país, postagens foram feitas no site ‘Mídia Dourados’ e também pelo perfil de um internauta já identificado, atacando nordestinos. “Depois vêm para o sul vender rede”, postou a página, que tem 57 mil seguidores e registro de publicações com críticas ao processo eleitoral, incluindo contra as urnas eletrônicas.
Outro perfil atribuído a um personal trainer de Dourados também fez publicações no mesmo tom. “Ê Nordeste, você ainda vai comer muita farinha com água pra não morrer de fome” e “O Nordeste merece voltar a carregar água em balde mesmo. Aí depois vem esse bando de ‘cabeça redonda de bagre’ procurar emprego nas cidades grande”, postou o personal douradense.