Uma semana depois da morte do bebê em uma residência do Jardim Márcia, em Dourados, a madrasta, de 21 anos, presa desde o dia 16, pediu novo depoimento e contou detalhes da morte do menino de um ano. Ela confessou que apertava forte o filho do marido e que pisou nas costelas em um acesso de raiva. Ela foi indiciada pela polícia por maus tratos e homicídio qualificado (motivo fútil e recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima).
De acordo com o apurado pela reportagem, a madrasta, que está em uma cela do 1ªDP em Dourados, teve uma crise de choro e chamou o delegado de plantão na noite de quarta-feira. Depois de ser ouvida, repetiu o que disse para o delegado responsável pelo caso, Marcelo Batistela Damaceno, do 2º DP.
Para eles, ela alegou que teve um acesso de raiva ocasionada pelo choro da criança que estaria com dores por uma cólica. Ela também afirmou que passava por problemas pessoais, possivelmente uma briga com o marido. A madrasta contou que utilizou as mãos e joelhos para apertar com força o abdômen da criança, tendo pisado nas costelas quando o menino se virou. Mesmo assim, disse que não tinha a intenção de matar.
No inquérito, o bebê teve múltiplas fraturas nos arcos costais, ocasionando dilaceramento do fígado culminando na morte por choque hemorrágico.
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O pai
A madrasta ainda disse que o pai não agrediu o filho e não participou das ações que causaram a morte. Mesmo assim, foi indiciado por maus tratos, já que, segundo o inquérito, não explicou as lesões antigas no bebê. Além do mais, disse não estar em casa no momento da morte, mas em exame médico, pelo horário do óbito, teve contradição na versão do homem.
O caso
No dia 16 desse mês, o Samu foi acionado por volta das 7h para socorrer um bebê que estava passando mal, mas ao chegar na residência, encontrou o mesmo sem vida e avisou a polícia devido o menino apresentar diversas lesões.
A madrasta, que estava na casa no momento da chegada do Samu, disse que o bebê se engasgou e as lesões foram devido ela tentar reanimar. O pai disse que saiu para trabalhar cedo e deixou o filho bem em casa.
Horas depois, o laudo médico descartou qualquer tipo de morte natural e afirmou que as lesões foram causadas provavelmente por agressões que culminou na morte. Além disso, revelou que a morte foi cerca de uma hora antes do afirmado pelo casal. Com esses dados, a polícia prendeu o casal em flagrante e no dia seguinte a justiça alterou para prisão preventiva. O homem foi levado ao Presídio Estadual de Dourados (PED) e a mulher permaneceu em uma cela do 1º DP.