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Polícia Terça-feira, 04 de Agosto de 2015, 16:15 - A | A

Terça-feira, 04 de Agosto de 2015, 16h:15 - A | A

Rédea Curta

Operação desarticula organização criminosa em Dourados e Ponta Porã

Grupo movimentaria anualmente cerca de R$ 14 milhões em tráfico de drogas

Rogerio Vidmantas
De Dourados para o Capital News

Cido Costa/Dourados Agora

gaeco Operação desarticula organização criminosa em Dourados e Ponta Porã

Operação Rédea Curta identifica garagens que comercializavam veículos de quadrilha

O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) deflagrou na manhã desta terça-feira (4) a “Operação Rédea Curta”, para o cumprimento de oito mandados de prisão preventiva nas cidades de Dourados e Itaporã, 18 mandados de busca e apreensão 16 em Dourados, um em Itaporã e um em Ponta Porã, seis conduções coercitivas e seis notificações. A operação contou com o apoio de policiais do Departamento de Operações de Fronteiras (DOF), do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) e da Polícia Militar.


A operação é resultado de um ano e meio de investigações acerca da existência de organização criminosa atuante na região, voltada à prática de crimes de tráfico de drogas, que eram transportadas de Ponta Porã para o interior dos Estados de São Paulo e do Paraná. Os pagamentos eram feitos em espécie e em veículos que posteriormente eram comercializados com o auxílio de garagens em Dourados e Ponta Porã.


As provas colhidas demonstram a existência de organização criminosa liderada por Wilton Leite da Costa, conhecido como “Vila Vargas”, que tinha Gustavo Belmont da Silveira como um de seus homens de confiança, responsável pela logística do transporte de cocaína e recrutamento de pessoas. Wilton também utiliza identidades e CPFs falsos em nome de Wilton Leite e Costa, Wilton Andrade Leite, Wilton Leite Silva e Wilton Leite da Silva. Ele comprava e vendia as drogas pessoalmente acertando com os compradores de São Paulo e do Paraná.


De acordo com a promotora de justiça do Gaeco, Cláudia Loureiro Ocariz Almirão, que concedeu entrevista coletiva nesta terça ao lado do promotor de justiça João Linhares Junior, supervisor da Promotoria Criminal Residual de Justiça do município, muito desses carros já foram comercializados, mas não devem causar nenhum dano aos atuais proprietários. "Esses veículos devem estar rodando por Dourados, mas as pessoas compraram de boa fé e não tem nenhum tipo de ligação com os crimes", disse.


Paralelamente, apurou-se a existência de associação criminosa para o tráfico de drogas constituída, dentre outros, por Rogério Esterque da Silva e Willian Cristaldo Boeira, este último preso em flagrante conduzindo veículo com cocaína escondida em local propositadamente preparado sob o banco traseiro. “São dois grupos que atuavam. Eles têm alguns elementos que ligam entre si, mas as formas de atuação são diferentes, sendo um transportava a droga em compartimento nos painéis e bancos traseiros dos veículos. A forma de pagamento muita das vezes era através de carros que posteriormente foram comercializados em garagens da cidade”, disse a promotora.


Durante as investigações foram acompanhadas as prisões em flagrante de 21 pessoas por tráfico de drogas, com a apreensão de 243,2 kg de cocaína, 1.365,9 kg de maconha, 4.112 kg de crack e 1.015 kg de haxixe, de onde se pode inferir que a organização criminosa comandada por Wilton Leite da Costa comercializava, mensalmente, cerca de 20 kg de cocaína pura, o que alcançaria a cifra anual de mais de R$ 14 milhões de reais.

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