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Polícia Sábado, 07 de Maio de 2016, 07:31 - A | A

Sábado, 07 de Maio de 2016, 07h:31 - A | A

Não era bem assim

Por vergonha, universitária de Dourados mentiu sobre estupro em biblioteca da UFGD

Jovem acusou ex-namorado que acabou preso injustamente pelo crime

Rogério Vidmantas
De Dourados para o Capital News

Hedio Fazan/O Progresso

Por vergonha, universitária de Dourados mentiu sobre estupro em biblioteca da UFGD

Delegada Paula Orue fala à imprensa sobre inquérito que apurou a não existência de crime de estupro

A universitária de 21 anos que disse ter sido estuprada dentro da Cidade Universitária no início de abril na verdade fez uma falsa comunicação de crime para esconder seu relacionamento com um homem casado. Essa foi a conclusão das investigações feitas pela Delegacia de Atendimento à Mulher de Dourados (DAM) que recebeu a denuncia e acompanhou o caso. A mulher acusou um ex-namorado do crime, que acabou sendo preso e liberado alguns dias depois. 

O resultado foi divulgado na última quinta-feira (5) pela delegada Paula Ribeiro dos Santos Oruê em entrevista coletiva que contou também com as presenças do delegado regional Lupércio Degerone Lúcio e dos reitores da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Liane Calarge, e da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Fábio Edir.

Durante a entrevista, a delegada relatou detalhes da investigação que apontou que o até então acusado não cometeu o crime de estupro, embora os indícios, no momento, apontavam para ele, que negou ter sido o autor, indicando inclusive testemunhas que confirmariam seu paradeiro durante o dia. “Só que para a infelicidade dele, algumas pessoas apontadas por ele afirmavam que numa janela de horários naquela manhã, não teriam visto esse suspeito no local. Então a gente tinha essa dúvida sobre a estada dele no trabalho durante o período matutino e nós tínhamos a palavra da vítima que, como tínhamos dito, tem enorme força”, disse.

 

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Com o andamento das investigações, a versão dada pela mulher acabou não se comprovando. "Pela narrativa da vítima, a gente pode perceber que não era um comportamento compatível com o de alguém que tivesse sido vítima de um crime tão grave quanto um estupro", relata a delegada.

A então vítima foi ouvida novamente para esclarecimento e só então ela admitiu que houve consentimento na relação e que mantinha contato com o rapaz de 25 anos de idade. Para justificar porque disse que um ex-namorado a havia estuprado, a jovem contou que teve um rápido envolvimento amoroso com ele. Como a família não aprovava o namoro seria, segundo ela, um nome facilmente aceitável pelos pais como um suposto autor de estupro.

Com o caso esclarecido, o nome do ex-namorado, que inclusive cumpria pena em regime semiaberto e perdeu o benefício pelas noites que passou detido e não pode se apresentar no estabelecimento penal, passando a ser considerado foragido, será excluído dos autos do inquérito e no dia 30 de maio haverá uma audiência de justificativa, em que ele poderá justificar que não estava na rua e sim preso, por isso não voltou ao Semiaberto. 

A jovem vai responder pelo crime de denunciação caluniosa, porque houve o início de investigação e um autuado em flagrante. Este é um crime mais grave do que a simples falsa comunicação de um crime e pode levar um condenado a ficar de dois a oito anos preso.

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