No último domingo (26) de março a cantora Raíssa Souza, conhecida como SouIRa, veio até Mato Grosso do Sul para fazer uma apresentação no Two Festival em Dourados. Em uma rede social a rapper fez um desabafo, após alegar ter sofrido violência por três policiais após encerrar o evento. Ela foi encaminhada para a delegacia pela equipe.
Segundo informações apuradas o festival tinha início às 17h e a SouIRA estava responsável por fazer a abertura do evento. Porém, ocorreu um atraso, por parte da produção e ela conseguiu se apresentar apenas às 19h30, isso acarretou até no tempo de sua apresentação, o que era para ser uma hora , se tornou apenas 30 minutos.
Em vídeo ela relata, que após encerrar a apresentação, ela foi para a plateia prestigiar os demais artistas que ali iriam se apresentar, como Miliano, Tonelada, CPM22 e Charlie Brown JR. Mas, nem todos os artistas conseguiram se apresentar naquela noite, o evento foi interrompido e os artistas foram remanejados para outra data.
Nesse momento, ela foi para o camarim, para consolar um colega que não havia conseguido se apresentar. Foi no momento que ela foi informada que teria uma equipe policial atrás deles,pois eles estavam perturbando a ordem.
No vídeo Raíssa conta que no momento que iniciou a ação de violência ela estava acompanhada de uma fotógrafa "eram dois homens, estavam armados e fardados. O agente torceu o meu braço para trás violentamente, algemaram os meus punhos" explicou.
Ela chegou a questionar os policiais o motivo dela ser algemada, sem apresentar risco. "Eles falaram que era para eu não fugir. Mas, eu não demonstrava nenhum tipo de risco, não sou advogada, mas estudei direito, sou artista, umas das primeiras coisas que a gente aprende é que para algemar, precisa de um motivo, razão extrema".
A rapper relatou também a forma que foi transportada até a delegacia. "Fui socada dentro da viatura, não fui encaminhada dentro do carro, fui colocada, dentro do camburão. Fui com as costas deitadas em cima do meu braço. Eles saíram em alta velocidade, cantando pneu".
Na delegacia, ela ainda pediu ajuda para descer "eu estava imobilizada, eles me puxaram, de forma violenta para fora, puxando pelas minhas pernas".
Mesmo dentro da delegacia, ficou algemada "fiquei em uma posição totalmente desconfortável que não gerou hematomas, porém dores e relação a torturas. Eu era a única algemada, com seis agentes homens lá dentro, nenhuma mulher, apenas eu”.
No desabafo ela declarou que não deixaram fazer nenhum tipo de ligação "nem pro meu pai e nem pro advogado. As pessoas que foram até lá, eles mandaram ir embora. Alegando que não iria resolver as pessoas ficarem lá, pois não iria dar em nada e que em torno das 5h00 da manhã, eu seria liberada”.
Ela finaliza o vídeo dizendo estar com medo ainda "eu estou bastante machucada, abalada, mas estou sendo cuidada”.
Em contato com a advogada da cantora, ela informou a reportagem do Capital News que o caso já foi protocolado ao Ministério Público. “Eles serão responsáveis por investigar se houve algum excesso na conduta dos agentes e, se houve, o enquadramento legal” explicou.
Até o fechamento da matéria a equipe de reportagem do Capital News não conseguiu retorno por parte da Polícia Militar.