Mais um caso de assassinato de travesti foi registrado na madrugada desta sexta-feira (17) em Dourados. De acordo com as informações policiais, um travesti ainda não identificado foi morto com três tiros por um homem de 22 anos que foi detido pela Guarda Municipal ainda no local. O acusado afirma que estava sendo roubado e alega legítima defesa. Há cerca de um mês, um caso semelhante aconteceu e o acusado, detido, disse que estaria sendo assaltado por três travestis e usou a arma para se defender.
Na versão de Marlon Lucas Rocha Fialho, 22 anos, morador no Jardim Europa, foi abordado pela vítima na Rua Toshinobu Katayama, no centro da cidade, enquanto falava ao telefone celular. Achando que fosse uma mulher, ele pediu para que ela entrasse no carro. Após dar um beijo, Marlon percebeu que tinha se enganado ao iniciar algumas carícias e teria pedido para que sua companhia saísse do carro, uma caminhonete Amarok. Neste momento a vítima teria anunciado o assalto e pedia dinheiro antes de sair. Marlon alegou que teria dinheiro apenas em casa e o travesti o agarrou pelo pescoço e exigiu que ele deixasse o local onde estavam. O motorista então se dirigiu ao bairro onde mora e parou na Rua Inglaterra, próximo à saída para Itaporã. Neste momento a vítima teria pego a chave do veículo e Marlon conseguiu pegar a arma que estaria embaixo do banco.
Ao perceber que o comerciante estava armado, o travesti abriu a porta e correu, mas foi atingido por um tiro nas costas. Marlon então se aproximou e desferiu mais dois disparos, atingindo a vítima no rosto e no peito. Um guarda municipal que mora próximo ao local ouviu os disparos, saiu e deteve o acusado ainda com a arma na cintura. Marlon foi levado para o 1º DP e manteve a versão de que teria agido em legítima defesa, mas autuado em flagrante acusado de homicídio. O corpo da vitima, ainda não identificado, foi encaminhado ao IML de Dourados.
Robson Dias 17/07/2015
O jornal e o jornalista precisam começar a respeitar a identidade de gênero das pessoas. É uma travesti, gênero feminino. Produzir boas matérias sem reproduzir discurso heterosexista que não respeita direitos humanos básicos.
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