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Política Terça-feira, 16 de Junho de 2015, 09:15 - A | A

Terça-feira, 16 de Junho de 2015, 09h:15 - A | A

Assédio sexual

Câmara de Dourados vai analisar suposto caso de assédio envolvendo vereadores

Casa acatou pedido da vereadora Virgínia Magrini e denúncia chegou à Comissão de Ética que deve dar um parecer em 90 dias.

Rogério Vidmantas
De Dourados para o Capital News

Clezer Gomes/Agora News

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A Câmara Municipal de Dourados se reuniu pela primeira vez na noite da última segunda-feira (15) após o caso de suposto assédio ocorrido na última sessão. Durante uma solenidade de homenagens, a vereadora Virgínia Magrini (PP) acusa Maurício Leme (PSB) de ter seguidas vezes tocado em suas nádegas, enquanto o colega se defende afirmando que foi uma “brincadeira mal interpretada”. Agora, após a casa acatar a denúncia de Virgínia com aprovação de todos os vereadores presentes, o caso será analisado pela Comissão de Ética e, em caso extremo, Maurício pode até perder o mandato. 

A deliberação do processo administrativo do artigo 20 do código de ética e decoro parlamentar foi apoiada por 15 vereadores na sessão. Não votaram por estarem ausentes os vereadores Nelson Sudário e Délia Razuk, assim como não o fizeram o vereador Mauricio Lemes e o presidente da Câmara, Idenor Machado, estes por estarem impedidos por regras da casa.

 

Na sessão, o pronunciamento mais aguardado foi o de Virgínia Magrini e esta deixou claro que,

por ela, o caso será levado adiante até as últimas consequências. “Com a minha dignidade ninguém vai brincar, jamais faria uma denúncia assim se não tivesse certeza do ocorrido. Não vou baixar minha cabeça, isso não tem cabimento, tenho todas as provas necessárias do caso e fé em Deus que isso não vai acontecer novamente”, declarou.

 

Clezer Gomes/Agora News

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Virgínia apresentou denúncia que foi aceita pelos demais vereadores.

Segundo ela, seguir adiante com o caso seria não apenas uma defesa da própria honra, mas de

todas as mulheres. “Estou aqui neste momento para não só defender a minha honra, não só para dizer que senti vergonha de ser mulher pelo acontecido, mas para honrar o nome das mulheres da minha cidade, do meu estado e também do Brasil, já que as mulheres tiveram sua honra manchada com esse episódio”.  Segundo ela, o caso teve repercussão em redes sociais e meios de comunicação em todo o país. Presente, Maurício Lemes evitou se manifestar e após a sessão deixou a Câmara sem falar com a imprensa.

 

Comissão de Ética

Após a aprovação dos vereadores presentes, o caso foi encaminhado pelo presidente da casa, Idenor Machado (DEM) à Comissão de Ética que vai ouvir as partes envolvidas e testemunhas e

depois tomar uma decisão. “Temos que esperar a definição da Comissão. No meu mandato não havia casos como esse até agora e o fato será investigado e abriremos ampla defesa para os dois lados”, explicou.

 

A Comissão de Ética é formada pelos vereadores Marcelo Mourão (PSD), presidente, e pelos membros Cirilo Ramão (PST) e Juarez Oliveira (PRB). A expectativa é que o caso tenha uma conclusão em 90 dias, mas Mourão evitou dar qualquer juízo sobre o assunto. “Vamos ouvir as partes, estudar o caso e só assim poderemos chegar a uma conclusão, penso que é muito cedo para opinar, só o farei após o relatório final do caso”.

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