Thiago Moraes/CMD
Pastor Cirilo deixa a Comissão de Ética e passa a ser testemunha no caso do suposto assédio
A Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Vereadores de Dourados que analisa o suposto caso de assédio sexual envolvendo os vereadores Maurício Lemes (PSB) e Virgínia Magrini (PP) vai sofrer uma baixa que deve acarretar no atraso dos trabalhos. Citado como testemunha de Lemes no caso, o vereador Cirilo Ramão (PTC), ou Pastor Cirilo, como é mais conhecido, desfalca a comissão e outro deve ser indicado para o seu lugar.
A Comissão é formada pelos vereadores Marcelo Mourão (PSD), presidente, e Juarez de Oliveira (PRB) e Pastor Cirilo. Com a saída deste último, o vereador Bebeto (PDT) foi convidado para a vaga, mas não aceitou o chamado. Assim, a escolha do terceiro nome fica a cargo do presidente da Casa, Idenor Machado (DEM).
O pedido de substituição já havia sido feito por Virginia na semana passada. Segundo ela, o vereador estava próximo quando aconteceu o ato, tanto que ela havia pensado que ele seria o autor das “passadas de mão”. A vereadora protocolou também o pedido de afastamento do procurador geral da Câmara, Sérgio Henrique Martins de Araújo, alegando que este tem relação de parentesco com Maurício Lemes. “Temos outros dois advogados na casa para dar o parecer”, resumiu Idenor.
Relembre o caso
No dia 8 de junho, durante uma sessão ordinária na Câmara de Dourados, os vereadores presentes participam de homenagens quando Virgínia Magrini afirma que Maurício Lemes teria passado a mão em suas nádegas, o que é negado por Maurício, que diz ter apenas tocado em suas costas, acima do local apontado por Virgínia.
Apesar do pedido de desculpas pela “brincadeira” feito por Maurício, a vereadora resolveu levar o caso adiante e, na mesma noite, informou o vereador Idenor Machado, presidente da casa, do ocorrido. No dia seguinte, Virgínia se dirigiu à uma Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher onde relatou o caso e registrou um Boletim de Ocorrência contra o colega. Na sessão ordinária do dia 15 de junho, Virgínia deu a sua versão dos fatos e solicitou que o caso siga na Comissão de Ética, o que foi acatado pelos vereadores presentes. Dos 19, 15 votaram a favor, dois não estavam presentes – Nelson Sudário e Délia Razuk – e os últimos dois estavam impedidos de votar pelas regras da casa, o próprio Maurício Lemes e o presidente, Idenor Machado.
Na semana seguinte aconteceu a primeira reunião e alguns dias depois, Maurício Lemes protocolou a sua versão dos fatos, mas a análise agora só poderá ser feita quando a Comissão de Ética estiver novamente completa.