Ainda faltam quase dois anos para a escolha do próximo prefeito de Dourados, mas a decisão de expoentes do PMDB local deixarem o partido para poderem disputar a cadeira hoje ocupada por Murilo Zauith (PSB) colocam a disputa em evidência na política estadual. O Deputado Federal Geraldo Resende, presidente regional do partido e em campanha aberto dentro da legenda para ser indicado como candidato, enfrentava resistência dos grupos liderados por pelo ex-deputado Marçal Filho e da vereadora Délia Razuk, também de olho na indicação. Neste início de semana, os dois deixaram claro que devem procurar outros caminhos para a disputa.
Nesta segunda-feira, em entrevista ao jornal O Progresso, a vereadora Délia Razuk deixou claro seu descontentamento com a falta de apoio do partido e disse já ter comunicado ao ex-governador André Pucinelli a sua saída logo após a conclusão da reforma política que está em curso no Congresso Nacional. “Deixei de ser uma soldada do PMDB. A cúpula do partido nunca deu respaldo para o meu trabalho, mesmo eu sendo a única vereadora da legenda na segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul. O comando do partido nunca reconheceu meus esforços em favor do PMDB e, tampouco, valorizou as renúncias que fiz em nome do partido”, criticou.
Seu destino, porém, ainda é uma incógnita. De acordo com a vereadora, outros partidos já teriam lhe procurado, oferecendo legenda para a disputa e a escolha deve acontecer até o meio do ano. “Estou sendo procurada por vários partidos, sobretudo por aqueles em que tenho amigos, e decidirei meu destino tão logo o Congresso Nacional aprove a reforma política, o que deve ocorrer antes do recesso parlamentar do meio do ano”.
Tucano
Já Marçal Filho deve fazer um caminho que já conhece. O radialista e ex-deputado deve rever a decisão de sair da vida pública anunciada após a derrota nas últimas eleições e tentar o sonho de ser prefeito de Dourados, deixado de lado em outras oportunidades. A possibilidade do apoio do governador Reinaldo Azambuja, que o teria convidado para retornar ao PSDB, partido que já foi filiado há alguns anos, é a sua carta na manga. Uma reunião ainda nesta semana deve deixar o acordo adiantado.
Confirmadas essas decisões, Geraldo Resende não deve ter adversário para disputar a indicação do partido para a disputa de 2016. No início do ano, o deputado disse que até junho o PMDB deveria definir quem seria o candidato para fazer com que a legenda chegue na disputa unida. Sem Marçal e Délia no caminho, Resende garante a vaga no PMDB, mas vai bater de frente com dois campeões de votos pela cadeira de Murilo Zauith.