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Rural Quarta-feira, 16 de Julho de 2008, 17:26 - A | A

Quarta-feira, 16 de Julho de 2008, 17h:26 - A | A

Insumos e tributos fiscais prejudicam desempenho da pecuária

Da Redação - (DA)

A elevação dos custos dos suplementos minerais, insumo importante para a produção nacional de carne e leite, constatada por estudo da CEPEA/CNA, ocorre por uma série de fatores, que envolvem os grandes consumidores globais de insumos, liderados pela indústria de fertilizantes, e o alto volume de impostos cobrados pelo governo brasileiro.

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Suplementação Mineral (ASBRAM), entidade de âmbito nacional que reúne os fabricantes de suplementos minerais no país, há dois anos o fosfato natural, base do ácido fosfórico, que, por sua vez, gera o fosfato bicálcico, principal matéria-prima do suplemento mineral, era comercializado a US$ 47 a tonelada no Marrocos, uma das principais regiões produtoras do mundo. Hoje o insumo é comercializado a US$ 300 a tonelada.

Além disso, verifica-se aumento progressivo do preço de outros insumos essenciais, como o enxofre, que custava US$ 75 a tonelada, em 2004,e hoje custa US$ 800. Já frete marítimo apresentou aumento de US$30 mil/dia para US$200mil/dia, em quatro anos.

“É importante ressaltar que apenas 6% do fósforo produzido no mundo é destinado às indústrias de nutrição animal, 4% para outros fins e 90% ao mercado de fertilizantes, que está superaquecido. Apesar deste cenário, estima-se ainda que os insumos representem entre 14% e 16% dos custos totais da produção de bovinos no País”, explica Fernando Cardoso Filho, Presidente da ASBRAM.

O dirigente aponta outro fator que ajuda a desestabilizar o mercado: as decisões tributárias brasileiras, que têm causado transtornos para o setor agropecuário, já que há tratamento desigual à agricultura e à pecuária em relação à cobrança de impostos. A alíquota para importação de Fosfato Bicálcico, por exemplo, chega a 10% e a taxa para o Ácido Fosfórico é de 4%, para as indústrias de suplementação animal. Já as indústrias voltadas ao mercado agrícola contam com isenção fiscal de alguns destes impostos, como o PIS/COFINS, sendo cobrado um valor de 9,2% apenas das empresas de suplementação mineral.

A Associação Brasileira das Indústrias de Suplementação Mineral reúne atualmente 68 empresas do setor e há mais de três anos elabora um painel do mercado com o objetivo de avaliar as perspectivas de crescimento e acompanhar as tendências do mercado nacional de suplementos minerais. “O painel ASBRAM demonstra o quanto o pecuarista incrementa sua produção utilizando os suplementos minerais, além de projetar o volume médio de suplementos utilizados pela pecuária brasileira”, ressalta Fernando Cardoso.

Apenas no ano passado, o painel ASBRAM apontou um volume de aproximadamente 1,8 milhões de toneladas de suplementos minerais destinados à pecuária brasileira, o suficiente para suplementar de forma correta mais de 50 % do rebanho bovino do país. Além disso, estudo realizado pelo CEPEA – ESALQ/USP, também em 2007, demonstrou que o produtor rural pode obter um incremento na receita líquida de R$40/ha com a utilização adequada de suplementação mineral.

“A ASBRAM possui estudos que comprovam o aumento da demanda por produtos tecnicamente melhores, destinados à nutrição animal, e que demonstram que a pecuária de corte tem potencial para dobrar a sua produtividade com o uso adequado destes insumos.”, conclui o Presidente da associação. (Fonte: Agronotícias)

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