00:00:00 Domingo, 22 de Dezembro de 2024


Rural Sexta-feira, 03 de Julho de 2015, 16:34 - A | A

Sexta-feira, 03 de Julho de 2015, 16h:34 - A | A

Agricultura Familiar

Pequenos produtores rurais de Dourados ampliam renda com hortas ecológicas

A produção agroecológica integrada e sustentável é uma tecnologia social que propicia aos agricultores familiares produzir sem uso de agrotóxicos

Elizângela Lemes
Capital News

Divulgação/Prefeitura

horta agroecologica

A produção agroecológica integrada e sustentável é uma tecnologia social que propicia aos agricultores familiares produzir sem uso de agrotóxicos.

A produção de hortas ecologicamente corretas e livres de agrotóxicos tem se espalhado por pequenas propriedades rurais de Dourados. Orientados por técnicos da Prefeitura da cidade, dez agricultores familiares do distrito de Vila Vargas estão plantando, desde 2013, alface, salsinha, couve, cenoura, beterraba e rúcula através do projeto Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (Pai).


Conforme a Secretaria de Agricultura Familiar, a produção agroecológica integrada e sustentável é uma tecnologia social que propicia aos agricultores familiares produzir sem uso de agrotóxicos, com a preocupação de preservar o meio ambiente e proporcionar segurança alimentar e geração de renda por meio da inclusão socio-produtiva.

Divulgação/Prefeitura

horta agroecologica

Produtor Vangivaldo Belo da Silva, dono de um sítio de 15 hectares no distrito de Vila Vargas está feliz com a produção das hortas ecológicas


O sistema é uma novidade entre pequenos agricultores que não tinham conhecimento das técnicas adotadas no projeto Pais, que consiste no cultivo das hortas no sistema de mandalas, com cinco canteiros circulares. “A meta é ampliar esse tipo de produção agroecológica e sustentável nas pequenas propriedades, garantindo renda e mais qualidade de vida para as famílias”, afirmou o secretário de Agricultura Familiar, Landmark Ferreira Rios. Segundo assessoria da prefeitura, em dezembro do ano passado, o programa coordenado pela Secretaria municipal de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Semafes), com apoio do Banco do Brasil e do Sebrae, selecionou mais 15 produtores.

 

As hortas estão sendo implantadas no Assentamento Lagoa Grande, no distrito de Itahum, e em Vila Vargas. No entorno do terreno existe um quintal agroecológico, onde são plantados um pomar com diversos tipos de frutas e a “barreira verde” com cana e Napier [espécie de forragem m forma de capim] para a proteção da horta. Cada sistema tem também um galinheiro, para criação das aves de forma integrada com a horta. “Os produtos são plantados e cultivados sem nenhum tipo de agrotóxico. As pragas e fungos são controlados apenas com produtos naturais, como cauda bordalesa, extrato de Nim [produto solvente à base de folhas secas], entre outras”, explica Landmark.


A produção das dez hortas já existentes é comercializada na feira orgânica instalada na rua Mozart Calheiros (antiga W-5), no bairro Izidro Pedroso. Todas as sextas-feiras os produtores expõem e vendem seus produtos nesse local. Parte da produção é vendida ao PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), para atender as escolas estaduais existentes no município de Dourados.


O pequeno produtor Vangivaldo Belo da Silva, dono de um sítio de 15 hectares no distrito de Vila Vargas, é só elogios para o projeto Pais. Após tentar sem sucesso produzir frango de corte na terra da qual é proprietário há 25 anos, ele ingressou na produção de hortas ecológicas e está feliz. “Esse projeto foi uma das melhores coisas que aconteceram em Dourados nos últimos anos e eu posso dizer que nos enche de orgulho. Com orientação e apoio, estamos produzindo de tudo, na horta e no entorno. Vendo minha produção na feira de orgânicos do Izidro Pedroso e agora assinamos um contrato com a Conab (a Companhia Nacional de Abastecimento) para entregar parte da produção para o programa Mesa Brasil”, conta Vangivaldo.


Em 2007 o sistema Pais foi certificado como tecnologia social pela Fundação Banco do Brasil. Em parceria com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), o sistema passou a ser reaplicado em todos os estados do país. Com a multiplicação das unidades em várias regiões brasileiras, as necessidades dos agricultores familiares também aumentaram. Em 2008, para atender as novas demandas, a Fundação Banco do Brasil reavaliou a metodologia e fez adaptações. Entre elas, a criação do coordenador geral para acompanhar os projetos, a disponibilidade de assessoramento técnico rural pelo período de 24 meses, a elaboração de novos critérios para a escolha dos participantes e o aumento dos insumos incluídos no “Kit Pais”, repassado aos agricultores selecionados para cultivar as hortas.


Para a Fundação Banco do Brasil, o sistema Pais tem o poder de transformação social e para redução da pobreza no país, valorizando o protagonismo social, a solidariedade econômica, o respeito às culturas locais e o cuidado com o meio ambiente. Com esse tipo de produção, a agricultura familiar demostra ser possível produzir alimentos saudáveis, em quantidade suficiente para atender às comunidades, fortalecendo a produção local e o respeito ambiental.

Comente esta notícia