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Saúde Sexta-feira, 23 de Setembro de 2016, 15:57 - A | A

Sexta-feira, 23 de Setembro de 2016, 15h:57 - A | A

Prevenção

HU de Dourados confirma casos de má-formação causados pelo zika

Um dos bebês já nasceu e o outro foi constatado ainda durante a gestação

Rogério Vidmantas
De Dourados para Capital News

O Ambulatório de Investigação de Zika Vírus do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD) confirmou em setembro os dois primeiros casos de microcefalia em decorrência do zika vírus.

Divulgação

HU de Dourados confirma casos de malformação causados pelo zika

HU-UFGD acompanha casos confirmados em setembro

O primeiro caso foi confirmado ainda durante a gravidez, por meio de exame de ultrassom, numa paciente moradora de Dourados. O segundo caso é de uma paciente que mora em Caarapó, e as alterações só foram constatadas após o nascimento do bebê. Ambos os casos continuam em acompanhamento pela equipe multiprofissional do Ambulatório de Zika.

Os casos
A paciente de Dourados tem 25 anos de idade e procurou o Ambulatório em maio, com sete semanas de gestação, apresentando sintomas sugestivos de zika: vermelhidão na pele, febre e coceira pelo corpo. Foram coletadas amostras de sangue e urina, sendo confirmada a presença do vírus no exame de sangue (por uma técnica denominada RT-PCR).

Agora em setembro, já com 21 semanas de gestação, um exame de ultrassom mostrou que o feto tem diversas alterações compatíveis com a infecção pelo zika vírus. “O exame de imagem mostrou que o bebê apresenta microcefalia, hidrocefalia, mãos e pés tortos congênitos, que estão, de fato, associados à infecção pelo vírus”, informou o infectologista Júlio Croda, coordenador do Ambulatório de Zika do HU-UFGD.

A paciente de Caarapó tem um histórico semelhante. Ela foi atendida no Ambulatório em fevereiro, com oito semanas de gestação, apresentando os sintomas de zika. Foi coletado sangue e o exame confirmou a infecção.

Os exames de ultrassom realizados no decorrer da gravidez não mostraram alterações no bebê. A criança nasceu dia 12 de agosto e então foi constatada a microcefalia, além de outras alterações, como aumento do tamanho do rim esquerdo e má-formação no pé direito.

Acompanhamento
Para garantir atendimento adequado aos bebês que nasçam com microcefalia e outras alteração decorrentes da infecção pelo zika vírus, o Ambulatório de Zika do HU-UFGD estabeleceu um acordo com a Clínica de Fisioterapia da Unigran.

Tanto o bebê de Caarapó, nascido em agosto, quanto o que ainda vai nascer em Dourados já estão sendo encaminhados para os atendimentos, que incluem hidroterapia e equoterapia, além de todo o protocolo estipulado pelas Diretrizes de Estimulação Precoce para bebês com microcefalia, lançadas em janeiro deste ano pelo Ministério da Saúde.

Prevenção
O coordenador do Ambulatório de Zika também faz um alerta, para que as pessoas não descuidem da prevenção: “É preciso estar atento, porque daqui a pouco já será verão novamente e tanto o mosquito quanto o vírus estão presentes na nossa região”, lembra o médico.

Para as gestantes, as orientações básicas permanecem: não usar medicamentos sem prescrição pelos profissionais de saúde, fazer o pré-natal e todos os exames previstos nesta fase, relatar aos profissionais de saúde qualquer alteração que perceberem durante a gestação.

Também é importante reforçar as medidas de prevenção ao mosquito Aedes aegypti, com o uso de repelentes indicados para o período de gestação, uso de roupas de manga comprida e todas as outras medidas para evitar o contato com mosquitos, além de evitar o acúmulo de água parada em casa ou no trabalho.

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