A Secretaria de Estado de Saúde (SES) de Mato Grosso do Sul divulgou nesta semana boletim epidemiológico com detalhes sobre o acompanhamento do zika vírus em todo o Estado. Por enquanto, 153 casos foram confirmados em diversas cidades, a maioria em Campo Grande. Dos 1.849 casos notificados, 315 foram descartados e outros 1.382 aguardam o resultado.
A maior preocupação está em relação às gestantes e 309 mulheres estão sendo monitoradas com suspeita de terem contraído o vírus, sendo sete delas em Dourados. Esse trabalho seguirá até que o parto seja realizado e as mães sejam encaminhadas ao ambulatório da unidade hospitalar. “Toda a gestante que é encaminhada para nós segue monitorada até o parto. São realizados exames e dando a confirmação ela é acompanhada até o parto. Também é feito o acompanhamento no bebê, para então diagnosticar se teve a infecção ou não do vírus, com isso analisamos o cordão umbilical e também a placenta”, explica o médico infectologista do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD) e pesquisador da FioCruz, Júlio Croda.
Além das douradenses, gestantes estão sendo monitoradas também nas cidades de Antônio João, Bataiporã, Camapuã, Corumbá, Coxim , Costa Rica e Itaporã, com um caso em cada. Rio Verde de Mato Grosso, São Gabriel do Oeste, Sidrolândia e Sonora com dois casos, Aquidauana e Caarapó com três, Maracaju tem quatro casos, Três Lagoas com cinco e Paranaiba soma 17 gestantes com suspeita. A maior incidência está em Campo Grande, com 239 casos acompanhados.
Casos confirmados
Em Dourados, três gestantes tiveram a confirmação de que contraíram zika vírus e estão sendo acompanhadas pela FioCruz que mantém uma equipe para este fim no HU-UFGD. De acordo com o relatório da SES, foram confirmados casos também nas cidades de Anastácio, Aquidauana, Caarapó, Corumbá, Paranaíba, Rio Verde de Mato Grosso, São Gabriel do Oeste, e Três Lagoas. A situação mais preocupante novamente é na Capital, com 117 casos confirmados.
Zika
O zika vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, que transmite ainda a dengue e febre chikungunya, e pode causar microcefalia nos bebês caso a mãe seja infectada durante a gestação. A doença foi detectada no país em 2015 e a região Nordeste teve o maior número de casos registrados devido ao vírus.
Após os primeiros registros confirmados, outras regiões do país começaram a diagnosticar e a monitorar gestantes que tiveram os sintomas da doença que são detectados, de acordo com estudos, após dez dias a pessoa ser infectada, sendo eles febre baixa, dor nos músculos e articulações, além de vermelhidão nos olhos e manchas vermelhas na pele. A forma de transmissão é através da picada do mosquito, no entanto existem casos de pessoas que contraíram a doença pelo contato sexual sem o uso de preservativo. Outras formas como pelo leite materno e a saliva também estão sendo avaliadas.
Ainda se sabe pouco sobre o Zika, mas a forma de tratar a doença é semelhante ao da dengue, porém o médico pode indicar o uso de analgésicos, anti-inflamatórios e antialérgicos entre outros.