A reforma estrutural pela qual passou a Unei (Unidade Educacional de Internação) Laranja Doce em Dourados em dois meses não resolve problemas de superlotação, segundo o CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente). Na obra realizada pelo governo do Estado foram aplicados R$ 75 mil.
O presidente do Conselho informou ao Dourados News, Jozimar Nunes dos Santos, as medidas tomadas foram paliativas e não são suficientes para atender a demanda. Atualmente a unidade local tem capacidade para receber 44 menores infratores atendendo 22 municípios da região, estimada em mais de 600 mil habitantes.
“Existiram as reformas estruturais, de alojamento, colocação de alambrado para ‘banho de sol’ e área de visita, porém, vamos continuar com os problemas anteriores de superlotação. São quase 40 internos no local e em pouco tempo, essas vagas que sobram serão preenchidas. Nosso desejo, quanto Conselho, é que seja feita uma ampliação”, contou Santos.
Outro problema apresentado é a questão de ressocialização por parte dos menores. “Não a capacitação para que eles possam deixar o local e viver em sociedade”.
Questionado a respeito, o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, Wantuir Jacini, deixou de lado a responsabilidade por parte do governo e focou na família a saída para a superlotação das Uneis.
“Atualmente existe uma desestruturação familiar muito grande e isso contribui para o aumento desses problemas. As pessoas não estão conseguindo educar seus filhos e isso reflete em unidades de internação. Não adianta aumentar as vagas, que o problema não acabará. Hoje, existem menores aqui dentro que nunca foram à uma escola e recebem o acompanhamento, tratamento odontológico”, falou.
A estrutura da Unei masculina Laranja Doce é composta por nove alojamentos, refeitório, área para sol, quadra e refeitório.